O meu livrinho, edição de autor, vai avançando. Em maio, durante 15 dias, mais de 7000 disparos, depois, em Lisboa, a primeira seleção ficou-se por cerca de 300 imagens, estamos perto das 50 que desejamos. Espero que em janeiro esteja cá fora. A viagem merece.
O Reino da Estupidez (Guerra & Paz), de Jorge de Sena (1919 – 1978), em segundo volume, reúne um conjunto de textos e artigos de imprensa, sob o imortal mote da estupidez humana, com destaque para as paródias camonianas do autor, que se divertiu e nos diverte, com a erudição e a seriedade da alta paródia.
O cinema experimental, cinema de vanguarda ou avant-garde, principalmente a Avant-Garde francesa, dos anos 20 e 30, do século passado, corrente que acolheu realizadores como Jean Epstein, Louis Delluc, Jean Vigo ou Abel Gance, é caracterizado pela procura por inovação e pela rejeição de convenções narrativas e estilísticas do cinema mainstream, mas inclui autores que não se revêm nesse termo, casos de Man Ray ou Marcel Duchamp, que alinham no chamado Cinema Puro, que combina autores de correntes muito diversas como o cubismo, o abstracionismo e o dadaísmo, entre outros, ou os autores que se reveem no Cinema Absoluto, não muito diferente do Cinema Puro, onde podemos encontrar autores como Walter Ruttmann ou Hans Richter.
Menos de um decénio separa a morte de João Roiz de Castelo Branco do nascimento de Luís Vaz de Camões, presumindo-se que este tenha tido notícia dos versos do ilustre poeta albicastrense que marca, com singularidade lírica, o Cancioneiro Geral, dito de Garcia de Resende. Como escreveu com acerto Teófilo Braga, num opusculo que praticamente ninguém conhece, não devia haver circunstância de centenários para se evocarem figuras das Artes e das Letras cujas obras, conferindo imortalidade aos respectivos autores, importam mais aos que ficaram para as fruir e desvelar, com isso merecendo altear-se a patamares de Conhecimento que ainda hoje nos continuam a surpreender. É o caso de Luís de Camões e da sua obra poética, pois se a Lírica mantém o seu poder de fascinação e encanto, Os Lusíadas desafiam sem cessar novas leituras e estudos hermenêuticos, para se apreender o quanto Camões esteve à frente do seu tempo, legando ao povo luso um manancial de saberes, de referentes históricos e culturais, que permanecem válidos para a apreensão desse novo mundo que foi não só o das Descobertas como a época do Renascimento.
Marcello Mastroianni, falecido em Paris a 19 de dezembro de 1996, teria feito este ano 100 anos em 28 de Setembro, dia em que nasceu em Fontana Liri, em Itália. Centenário que foi alvo de homenagens, não só no seu país natal, mas um pouco por todo o mundo. E não seria para menos.
Pela objetiva de João Vasco!
Nem sempre conseguimos deste nosso lugar privilegiado no galinheiro dar vazão a todos os momentos do cinema que gostaríamos de partilhar. Foi o caso destes dois monstros da representação que nos deixaram. Mais uma vez regressamos às homenagens/recordações. Não por pieguice, mas porque neste caso, como em todos os outros até aqui, estamos perante dois actores que me marcaram, de forma diferente, mas relevante. Mais uma vez, de uma assentada, dois nomes maiores do cinema chegam a esta coluna pela : Gena Rowlands, morreu no passado dia 14 de Agosto, aos 94 anos, Alain Delon, de 79, no dia 18.
Aconteceu no passado dia 13 de setembro, nas “Festas na Rua”, uma iniciativa da EGEAC, empresa do município de Lisboa. O concerto decorreu na Praça do Município, no coração da sua cidade e de onde ele várias vezes partiu para diversos cantos do mundo, voltando sempre.
Pela objetiva de João Vasco!
One from the Heart (Do Fundo do Coração), de Francis Ford Coppola (1982) voltou às salas nacionais no passado dia 4 de julho, numa verão restaurada em 4K, a partir do negativo original, que o realizador batizou de “One from the Heart: Reprise”, ou seja, no Dia da Independência nos EUA e dia em que a acção decorre.
Aquando da morte de Ingmar Bergman, no dia 30 de Julho de 2007, em Farö, na Suécia, curiosamente, não uma data muito querida para o cinema, no mesmo dia em que em Roma, desaparecia Michelangelo Antonioni, lembrámos a sua obra, uma das mais reconhecidas, por quem gosta de cinema, como é o nosso caso.
Pela objetiva de João Vasco!
Setenta e seis anos depois da primeira participação de filmes portugueses no Festival de Cannes, Miguel Gomes arrecadou, nesta 77ª Edição, o prémio de melhor realização pelo seu último filme, Grand Tour, nomeado para a Palma de Ouro, prémio que recebeu das mãos de Wim Wenders. Conhecido por filmes, muitos deles premiados ou nomeados em vários festivais, como A Cara que Mereces, Aquele Querido Mês de Agosto, Tabu ou As Mil e Uma Noites, em três volumes, tem neste festival o seu momento mais alto.
Pela objetiva de João Vasco!
Passaram a 3 de Abril 100 anos do nascimento de Marlon Brando, um actor que marcou a sua passagem pelo cinema como poucos. Para além da personagem de Don Vito Carleone, O Padrinho, sobre a mafia siciliana, encarnada por Marlon Brando no filme com o mesmo nome realizado em 1972 por Francis Ford Coppola, o primeiro da célebre trilogia e que a determinada altura foi considerada a melhor de sempre do cinema segundo uma votação de críticos norte-americanos que elegeram as 100 melhores personagens vistas nos écrans, outros momentos altos aconteceram na sua não muito longa, mas também estranha filmografia.
Pela objetiva de João Vasco!
Começa a ser penoso dar conta nesta coluna de cineastas que nos vão deixando. Tomando de empréstimo os versos de Giuseppe Ungaretti, Soldados: Estão como / no outono / nas árvores / as folhas. Agora foi António-Pedro Vasconcelos, doravante A-PV, cidadão de múltiplos interesses, homem de causas, foi crítico, realizador, produtor, professor, adepto benfiquista, destacou-se mesmo como comentador do futebol, mas o cinema foi sempre a sua causa maior. Faleceu no passado dia 6.
Pela objetiva de João Vasco!