É possível ter um médico de família para cada português, mas esse objetivo só é alcançável com medidas para atrair e reter talento, estancando as saídas de profissionais do SNS para o setor privado. Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, defende que os cuidados primários de saúde têm de ser a porta de entrada e a base do sistema de saúde e adverte que só com investimento nesta área será possível poupar recursos em toda a cadeia.
O Politécnico de Viseu (IPV) quer aumentar o número de alunos e pretende abrir o seu campus académico à cidade. José dos Santos Costa, presidente da instituição, apresenta as linhas estratégicas para o futuro. Sublinha a importância das parcerias e defende uma forte ligação às empresas e autarquias do distrito.
O Politécnico de Coimbra assume-se, cada vez mais, como uma instituição da região e não apenas de Coimbra. Jorge Conde, o seu presidente, explica o caminho percorrido que tem permitido abrir polos noutras localidades, levando o ensino superior a outros territórios vizinhos. Em entrevista, aborda também os investimentos superiores a 50 milhões de euros que estão a ser feitos no Politécnico, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.
Presidente do CNE desde 2022, Domingos Fernandes passa em revista alguns dos principais desafios que se colocam ao sistema educativo português, defendendo que este se debate com um problema de qualidade. O antigo secretário de Estado tem dúvidas que, de uma forma geral, os alunos estejam capacitados para resolver problemas, de forma autónoma e usar o pensamento crítico. A melhoria só se alcançará com inovação pedagógica nas escolas.
O jornalismo «bateu no fundo» e o Congresso de Lisboa foi um «toque a reunir». O presidente da comissão organizadora do evento, Pedro Coelho defende o financiamento público do setor e alerta que valores como a credibilidade e a confiança dos profissionais estão a ser colocados em causa «em nome da loucura das audiências»
Manuel Lemos anuncia que alguns imóveis património das Misericórdias já estão em fase de reabilitação para que, no futuro, possam ser ocupados «por quem mais precisa de um teto». O histórico líder das Misericórdias acusa ainda o Estado de afastar as instituições do setor social da educação, nomeadamente no pré-escolar, por mero «preconceito ideológico». «O Estado acha que deve ser ele a cuidar das crianças. Mas o que acontece é que não cuida», acrescenta.
A historiadora considera muito importante que não se dê a liberdade por adquirida e realça que pelo facto de a maioria da população portuguesa já ter nascido após a revolução de abril «muitas vezes não tem consciência do que significa viver sem ela.»
É uma das mais conhecidas escritoras junto do público infanto-juvenil e lança agora em Portugal uma nova história da série mais famosa de Enid Blyton, «Os Cinco». Maria João Lopo de Carvalho recorda os seus tempos de docência e confessa ter uma «admiração transbordante» pelos professores.
Com a crescente sofisticação tecnológica as guerras serão mais cirúrgicas, farão menos vítimas e serão necessárias menos tropas no terreno. A opinião é defendida pela professora do ISCSP, Teresa de Almeida e Silva que, sobre o conflito no Médio Oriente, admite que prolongará no tempo, de geração em geração, o ódio e o desejo de vingança que tem sido alimentado por israelitas e palestinianos.
Para prevenir abusos sexuais é preciso trabalhar com as crianças, e no contexto social e familiar onde se inserem, como também intervir junto dos abusadores. A tese é defendida pela psicóloga Rute Agulhas que no próximo mês apresentará o primeiro relatório do Grupo VITA, criado por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, divulgando, ao mesmo tempo, o manual de prevenção da violência sexual no contexto da Igreja Católica. Em entrevista, refere que a violência sexual é um problema de saúde pública.
O Major-general Isidro Morais Pereira defende que «é preciso pagar convenientemente a quem quer servir a pátria» e alerta que estamos a chegar a um ponto em que «há mais chefes do que índios.» Sobre a guerra na Ucrânia, o comentador televisivo admite que «uma vitória russa seria uma catástrofe para o mundo ocidental» e argumenta ainda que o reacender do conflito no Médio Oriente «serve os interesses» do país presidido por Putin.
No ano do centenário do nascimento de Eduardo Lourenço, recuperamos a entrevista que o pensador e filósofo português nos concedeu em julho de 2007. O autor do “Labirinto da Saudade”, que faleceu no final de 2020, com 97 anos, defendia que o Estado deve incentivar e privilegiar os candidatos aos cursos de ciências exactas, como forma de criar elites em domínios onde existem lacunas.
O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro continua a querer “transmitir algo de belo e de bom” na sua obra, que despontou há mais de oito décadas, quando tinha apenas oito anos e começou a fazer bonecos de argila.
Desde muito nova apaixonada pelo jornalismo, Rita Rodrigues teve na exaustiva cobertura que fez da Jornada Mundial da Juventude o ponto alto da sua carreira profissional e que recordará para sempre, também do ponto de vista pessoal, pelas felicitações que o Papa Francisco lhe dirigiu no dia do seu aniversário, no voo de regresso a Roma.
É urgente tomar medidas «céleres e estruturantes» para mitigar o desconforto térmico em muitos lares do nosso país. O ambientalista Francisco Ferreira alerta ainda que numa altura em que o planeta se confronta com três crises – ambiental, biodiversidade e de recursos – é imperioso reduzir o consumo e alterar o modo como vivemos. A chave para a mudança pode estar na escola, mas para isso é preciso reativar a mobilização estudantil para as causas do clima.
Carlos Neto afirma que o paradigma escolar não promove o tempo para a brincadeira e outras atividades informais, à margem da sala de aula. O especialista em desenvolvimento infantil critica a «visão cartesiana», em que dentro do portão da escola só entra o cérebro, enquanto o corpo fica do lado de fora. Para contrariar a «hipocondria digital» que se apoderou da vida dos jovens e do meio escolar, preconiza uma utilização mais equilibrada e regulada dos dispositivos digitais.
Não prevê se, por estes dias, faz chuva ou sol, mas estuda os padrões e as estruturas que conduziram ao estado do Tempo em determinado período ou região. Carlos da Câmara defende que a ação do Homem está cada vez mais presente nas alterações climáticas. O professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa alerta ainda que o sul de Portugal evoluirá, rapidamente, para um clima próprio do norte de África.
Portugal é um país com crónicos problemas estruturais e em muitos domínios continua a fazer «omeletes sem ovos». O professor e economista Pedro Brinca acredita, contudo, que podíamos «exportar educação de uma forma brutal.» Sobre a progressão, a alta velocidade, da Inteligência Artificial vislumbra muitas vantagens, mas também admite que «a tecnologia conduza a uma polarização de rendimentos, ao aumento de tensões e a desigualdades.»