Um grupo de 30 jovens de vários pontos do país cumpriu, na manhã de 3 de setembro, o sonho de “flutuar como astronautas” durante um voo parabólico a bordo de um avião que descolou da Base Aérea de Beja.
A experiência proporcionada pela Agência Espacial Portuguesa - Portugal Space, no âmbito da iniciativa “Zero-G Portugal – Astronauta por um Dia”, realizou-se com sucesso pelo segundo ano consecutivo na Base Aérea Nº 11 de Beja.
O evento tinha sido apresentado em Beja, no início do ano, numa cerimónia que contou com a presença do Ensino Magazine, e onde o diretor da Agência Espacial Europeia, Ricardo Conde, recordou o sucesso da edição do ano passado, em que se candidataram 500 alunos. “Este ano devemos ter muito mais”, disse, acrescentando que “Portugal é um exemplo para toda a Europa. Vários países contactaram a Agência Espacial Portuguesa para aprenderem com a nossa experiência, no sentido de estabelecerem uma parceria connosco”. A ideia será fazer a atividade «Astronauta por um dia na Europa».
O facto é que a segunda edição voltou a contar com um número significativo de candidatos.
Na segunda edição da “Zero-G Portugal – Astronauta por um Dia” participaram 20 rapazes e 10 raparigas de vários pontos do país e, pela primeira vez, das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
A partida e chegada do voo foi acompanhada pelo olhar atento de dezenas de familiares dos jovens estudantes que participaram na iniciativa.
Os jovens, com idades entre os 14 e os 18 anos, finalistas da competição promovida pela Agência Espacial Portuguesa, voaram num Airbus A310 que aterrou às 11:50, duas horas depois de ter descolado da pista.
Para alcançar a gravidade zero, o avião realizou “uma série de parábolas em simultâneo”, ou seja movimentos de ascensão e de queda livre, que permitem que “o corpo acompanhe o movimento usual”, disse o tenente-coronel da Força Aérea Portuguesa / Agência Espacial Portuguesa, Pedro Costa.
“No movimento ascendente, o avião adquire uma velocidade superior ao normal” e quando “muda o rumo para o movimento descendente, conduz-nos a uma simulação de microgravidade”, especificou.
Em declarações à agência Lusa, após a descolagem do avião, o responsável explicou que todos os tripulantes do Airbus A310 receberam “uma preparação prévia” para participar nesta viagem que realizou um total de 16 parábolas.
A bordo do avião, os jovens astronautas foram divididos em pequenos grupos e, nas quatro estações de trabalho designadas Júpiter, Saturno, Marte e Lua, simularam a ausência de gravidade e tiveram oportunidade de realizar várias experiências.
“Numa das estações podem rebentar um balão com água e perceber o efeito da gravidade zero na água que vai sair do balão”, exemplificou.
Para este voo, o avião atingiu uma altitude de “entre 25 a 29 mil pés” e percorreu uma área que “usualmente é utilizada para preparação dos militares”, sob controlo da Força Aérea Portuguesa, numa extensão que “corresponde a metade de Portugal”, adiantou.
De acordo com o responsável “esta iniciativa serve para aumentar aquilo que é a literacia espacial” na juventude e, por outro lado, “mostrar que eles são capazes de fazer algo diferente e perceberem que o Espaço é para todos, incluindo os portugueses”, frisou.