Mais de 600 jovens estudantes de engenharia de várias áreas participaram, de 27 de julho a 1 de agosto, na terceira edição do Formula Student Portugal. A iniciativa, a maior competição internacional, contou com 25 equipas de seis países e decorreu no Parque de Desportos Motorizados de Castelo Branco.
Nas contas finais o Instituto Superior Técnico venceu na categoria dedicada aos carros elétricos. A Universidade de Técnica de Atenas (Grécia) e o Politécnico de Leiria encerraram o pódio. Nos veículos em combustão, a vitória sorriu à Universidade de Cádiz. Espanha dominou esta categoria ao classificar a Universidade de Vigo e a Universidade Jaume I, nas segunda e terceiras posições. Finalmente, na Classe 2, o triunfo sorriu à Universidade Nova de Lisboa, tendo o Politécnico de Leiria obtido a medalha de prata e a Universidade do Minho a de bronze.
Em Castelo Branco as equipas apresentam carros fórmula a combustão ou elétricos, com condutor ou autónomos. Os bólides são totalmente criados pelos jovens estudantes, desde a sua conceção, design, motorização, aerodinâmica, tecnologia. A isto acresce o plano de negócios que deve ser apresentado.
Ricardo Ferreira, João Rego e o albicastrense André Santos, fazem parte da equipa organizadora do evento e não têm dúvidas que esta competição pode abrir muitas portas no futuro dos jovens que nela participam. Dão como exemplo o facto de antigos concorrentes estarem ligados a equipas da Fórmula 1, ou de marcas automóveis. “Muitos ex-participantes seguiram a sua viagem profissional para empresas como Ferrari, Mercedes-AMG, BMW, Audi, Tesla, SpaceX ou Rocket Factory Augsburg”, revelam.
Os primeiros dias foram dedicados à avaliação - por parte de um júri que integra engenheiros de Fórmula 1, especialistas aeroespaciais e professores -, das componentes de engenharia, plano de negócios, manufatura e à parte técnica dos veículos. Esta é a primeira análise, a qual é complementada com um dos momentos que atrai mais pessoas, as corridas, que começaram esta quarta-feira à tarde e se prolongam até sexta-feira de manhã.
Em competição estão 19 carros, de 25 equipas de seis países (Reino Unido, Itália, França, Espanha, Grécia e Portugal), e seis projetos (não apresentam viaturas). “Desses 19 carros, 12 são elétricos (quatro dos quais autónomos) e sete a combustão”, explicam aqueles responsáveis.
De Portugal marcaram presença as equipas do Instituto Superior Técnico, ISEL, Politécnico de Coimbra, Universidade de Aveiro, Faculdade de Engenharia do Porto e Politécnico de Leiria. Dentro de cada uma das equipas cada elemento tem a sua função e especialidade, o que fomenta a interdisciplinaridade e o trabalho em grupo. “Estamos a falar de um evento que é mais do que uma competição”, sublinham, para depois esclarecer: “é um campo de testes onde estudantes de engenharia aplicam, testam e desafiam os seus conhecimentos ao desenvolver um carro de corrida completo”.
A edição deste ano surgiu com novidades face às duas anteriores. “Tivemos um air show, com o piloto Jorge Loureiro, durante toda a quinta-feira e na sexta-feira de manhã. Lançámos também um concurso de fotografia para as equipas participantes e estabelecemos uma parceria com a Fábrica da Criatividade para os troféus, os quais são da autoria das artistas Rosário Belo e Teresa Martinho”, anunciam Ricardo Ferreira e João Rego.
Colocar um evento destes de pé exige uma logística grande. O Parque Municipal de Desportos Motorizados, que integra o kartódromo, gerido pela Escuderia Castelo Branco, foi o quartel-general da prova, com diferentes espaços em tendas gigantes climatizadas. O parque de campismo acolheu as equipas e a residência de estudantes do Politécnico de Castelo Branco recebeu os voluntários da organização.