A Universidade de Évora atribuiu, no passado dia 19 de fevereiro, o título de Doutor Honoris Causa ao antigo ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo. A sessão solene contou com a presença do primeiro Presidente da República eleito democraticamente após o 25 de Abril de 1974, António Ramalho Eanes, e de outras personalidades como o antigo ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes, o antigo presidente da Câmara de Castelo Branco (terra natal de Marçal Grilo), Joaquim Morão, o atual Diretor-Geral do Ensino Superior, Joaquim Mourato, o antigo presidente do Sporting, José Roquete, o presidente cessante do Conselho Geral da UÉ, João Carrega, ou o reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Ferreira, entre outras.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, e amigo de Eduardo Marçal Grilo, fez a primeira intervenção, através de um vídeo enviado à academia (por se encontrar ausente no Brasil), sublinhando o papel de o novo Honoris Causa teve na democratização do ensino em Portugal.
A reitora da Universidade, Hermínia Vasconcelos Vilar, realçou o pensamento de Eduardo Marçal Grilo, lembrando que “é um exemplo de percurso e de cidadania”. Os discursos "Laudatio" efetuados pela professora do Departamento de História da UÉ, Fátima Nunes, e pelo antigo ministro da Educação, Júlio Pedrosa, sublinharam as diferentes dimensões do homenageado, que recebeu as insígnias doutorais numa altura em que a Universidade assinala os seus 50 anos da refundação.
Aos jornalistas, Eduardo Marçal Grilo mostrou-se emocionado e satisfeito por fazer parte do conselho doutoral da Universidade de Évora. Uma academia que, no seu entender, não é regional, mas sim nacional. Aquele responsável criticou ainda o abandono do interior do país. “Um território que precisa de pessoas qualificadas, de conhecimento, de empresas tecnológicas (avançadas)”, mas que também deve saber unir a tradição à modernidade.
Eduardo Marçal Grilo nasceu em Castelo Branco em fevereiro de 1942. Doutorado em Engenharia Mecânica pelo IST, em 1973, Eduardo Marçal Grilo tem um vasto currículo de onde se destacam os cargos de "Diretor-Geral do Ensino Superior, entre 1976 e 1980; Coordenador-Geral dos Projetos do Banco Mundial na área da Educação, entre 1980 e 1985; Assessor e Diretor do Serviço da Cooperação com os Novos Estados da Fundação Gulbenkian entre 1985 e 1995; Consultor do Banco Mundial na área da Educação de 1980 a 1991; Presidente do Conselho Nacional de Educação de 1992 a 1995; Ministro da Educação de 1995 a 1999; Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian entre 2000 e 2015; Presidente do Conselho Geral da Universidade de Aveiro de 2015 a 2021. Foi ainda, e tendo em conta o currículo publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, "membro de várias instituições designadamente: Conselho Consultivo da COTEC; Selection Board do Programa Erasmus Mundus de 2004 a 2011; The International Commission do Council for Higher Education Accreditation; Presidente da A.G do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI); presidente da Assembleia Geral da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL); Autor de várias publicações no domínio da Engenharia e nas áreas da Educação e da Ajuda ao Desenvolvimento; Foi condecorado com as Ordens: Militar de Sant’iago da Espada, do Mérito e da Instrução Pública".