Uma investigação liderada pela Universidade de Coimbra (UC) recebeu 250 mil euros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) para estudar o desenvolvimento do cérebro de recém-nascidos. O projeto, que durará três anos, vai focar-se no papel das microglias (células imunológicas do sistema nervoso central) na formação e organização da rede de vasos sanguíneos cerebrais. O objetivo é compreender fenómenos que impactam o cérebro no período
neonatal (primeiros 28 dias de vida).
Vanessa Coelho-Santos, investigadora do CIBIT (ICNAS) da UC e líder do projeto, explica que o cérebro neonatal está "particularmente vulnerável a influências que podem ter impacto duradouro". Há pouco conhecimento sobre como as células endoteliais se organizam para criar a rede capilar cerebral e como as células imunitárias contribuem para essa formação.
Ao confirmar o contributo das microglias para a organização dos vasos sanguíneos cerebrais, será possível transformar a compreensão de como os vasos se formam e como as respostas neuroimunes moldam a rede capilar e influenciam o desenvolvimento cerebral. A investigadora acredita que este estudo pré-clínico, que decorrerá até março de 2028 em murganhos com microscopia de multifotão, pode ajudar a identificar processos que impactarão o tratamento de patologias cerebrais em recém-nascidos.