A Universidade da Beira Interior (UBI) acaba de ver aprovado, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o projeto WATERMARK que visa contribuir para o combate à proliferação de notícias falsas, através da proteção e autenticação de conteúdos visuais.
Em nota enviada ao Ensino Magazine, a academia da Beira Interior, explica que "o projeto pretende investigar a combinação de técnicas de criptografia com modelos de visão computacional para permitir a incorporação de marcas d’água invisíveis em imagens, capazes de persistir perante alterações benignas frequentemente utilizadas na disseminação de conteúdos nas redes sociais (e.g., modificações da dimensão, ligeiros cortes, alteração de formato ou aplicação de filtros de cor), e que sejam destruídas em casos de manipulação maliciosa".
Financiada no âmbito do concurso “Inteligência Artificial, Ciência dos Dados e Cibersegurança de relevância na Administração Pública”, a "investigação permitirá o desenvolvimento de um sistema inovador, que se materializará através da criação de uma aplicação web aberta ao público, para proteção e verificação da autenticidade de conteúdos visuais, essencial para salvaguardar a integridade da informação divulgada por entidades da Administração Pública e, assim, mitigar a disseminação de desinformação", acrescenta a UBI.
Citado na mesma nota, João Neves, docente do Departamento de Informática da UBI (DI-UBI), que lidera a equipa da investigação, refere que “a ideia é que a aplicação funcione em duas vertentes. Por um lado, na certificação, permitindo que o utilizador carregue uma imagem para a plataforma e a mesma devolva a imagem com a watermark incorporada, para ser usada como a pessoa quiser; por outro lado, para fazer verificação: o utilizador quer saber se uma imagem presente numa notícia ou ‘post’ é verdadeira e carrega-a para a plataforma, verificando se a mesma contém a watermark e qual foi a entidade que a incluiu”.
A equipa de investigadores integra vários docentes do DI-UBI, contando ainda com o apoio do Centro Nacional de Cibersegurança.
A Universidade reforça a ideia de que "o projeto WATERMARK reforça a aposta da UBI na excelência científica e consolida a sua posição na vanguarda da investigação em Inteligência Artificial e Cibersegurança. Além de outros projetos de investigação a serem desenvolvidos na área, a UBI criou o curso de 1.º Ciclo/Licenciatura em “Inteligência Artificial e Ciência de Dados” e desenvolve cursos não conferentes de grau como «Introdução ao ChatGPT na Administração Pública», «Introdução à Ciência de Dados» e «Introdução à Aprendizagem Automática e Ciência de Dados com Python».