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Universidade Aveiro cria novo método para detetar cancro da próstata

20-01-2025

A Universidade de Aveiro (UA) e o Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO) desenvolveram uma tecnologia à base de líquidos iónicos que permite a extração, purificação e concentração simultâneas de um biomarcador do cancro da próstata (antigénio específico da próstata, PSA) a partir de amostras de urina. O diagnóstico eficiente e precoce deste tipo de cancro torna possível reduzir os custos associados a este que é o segundo tipo de cancro mais comum em homens.

O cancro da próstata é o quarto tipo de cancro mais comum a nível mundial e o segundo tipo de cancro mais comum em indivíduos do sexo masculino. As mais recentes estimativas sugerem um aumento dos novos casos anuais de 1,4 milhões, em 2020, para 2,9 milhões, em 2040. Os custos associados ao tratamento deste tipo de cancro são elevados, estimando-se que apenas para a Europa estes custos ultrapassem os 8,43 biliões de euros. Por forma a reduzir os custos associados, torna-se fundamental desenvolver estratégias integradas e eficientes que permitam o seu diagnóstico precoce.

A equipa de investigadores e professores do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química da UA, composta por Matheus Pereira, Ana Catarina Sousa, João Coutinho e Mara Freire, desenvolveu uma tecnologia à base de líquidos iónicos que permite a extração, purificação e concentração simultâneas de um biomarcador do cancro da próstata (antigénio específico da próstata, PSA) a partir de amostras de urina.

Aquele biomarcador é atualmente utilizado na monitorização deste cancro e outras doenças associadas à próstata, através de amostras de sangue, sendo por isso um método invasivo. “A deteção de biomarcadores tumorais em amostras de urina evita a utilização e recolha de amostras mais invasivas, como é o caso de sangue ou tecidos. No entanto, a sua identificação e quantificação são dificultadas pelo facto dos biomarcadores existirem em baixas concentrações e porque as matrizes biológicas são sempre muito complexas, exigindo que se realize um tratamento prévio das amostras”, explica Mara Freire.

A investigadora explica depois as vantagens dos resultados alcançados: “A tecnologia desenvolvida permite extrair, purificar e concentrar PSA a partir da urina, permitindo assim utilizar equipamento mais expedito e menos dispendioso que os imunoensaios atualmente utilizados. É também capaz de extrair outras formas de PSA da urina, que podem ser adicionalmente quantificadas, abrindo portas para a sua utilização em diagnóstico diferencial do cancro da próstata. Por fim, trata-se de uma tecnologia versátil que pode ser customizada por alteração do líquido iónico utilizado, permitindo assim a deteção e quantificação de outros biomarcadores tumorais visando o diagnóstico precoce de outros tipos de cancro”.

Press UA
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