Ana Paula Duarte é a primeira mulher a assumir o cargo de reitora da Universidade da Beira Interior. No arranque de um novo ciclo da instituição, que teve inicio, no passado dia 30 de junho com a sua tomada de posse, defendeu uma universidade aberta, diversa e cosmopolita, mas com uma forte missão regional, assumindo-se como agente de coesão territorial e de desenvolvimento sustentável.
A nova reitora sucede no cargo a Mário Raposo, que não se recandidatou a um segundo mandato, e tem a seu lado como vice-reitores Sílvia Socorro (Investigação, Inovação e Desenvolvimento), Amélia Augusto (Qualidade, Responsabilidade Social e Ação Social), Helena Alves (Ensino, Assuntos Académicos e Empregabilidade), Sílvio Mariano (Património, Infraestruturas e Sustentabilidade), João Leitão (Financeira, Modernização Administrativa e Interação com a Comunidade), Pedro Inácio (Estratégia Digital, Gestão da Informação e Capacitação de Recursos Humanos) e Bruno Costa (Internacionalização e Comunicação Institucional). "Henrique Neiva será Pró-Reitor para o Desporto e Campus Saudável e tomará posse em data oportuna", assegura a instituição.
No seu primeiro discurso como reitora, Ana Paula Duarte considerou que "num contexto de forte instabilidade internacional, bem como de instabilidade política nacional e polarização no seio da sociedade, a Universidade deve afirmar-se, cada vez mais, como um espaço seguro, espaço de liberdade, de diálogo, de construção de pontes, de inclusão e de integração. A Universidade é sede e território de formação, de construção de ciência e efetivo contributo para a resolução dos problemas que a sociedade enfrenta. A Universidade deve ser o espelho dessa realidade harmoniosa, cumprindo a sua missão central (ensino, investigação e inovação e compromisso com a
comunidade), ao mesmo tempo que assume um papel transformador e dinamizador da realidade que nos rodeia".
No seu entender, perante a incerteza política, social e económica, "temos de trabalhar para que a Universidade seja casa comum, contribuindo para a formação de novas gerações, mais bem preparadas e qualificadas para enfrentar este contexto em constante mutação. Temos, por isso, a necessidade de assegurar uma atualização e modernização contínua dos modelos de ensino, das infraestruturas e espaços de convívio da Universidade e da ligação da Universidade ao tecido social e económico envolvente. Esta missão deve ter como elemento agregador o humanismo. A forma como integramos, como formamos, como trabalhamos em conjunto representa a essência do “Ser UBI”. Temos essa responsabilidade para com a comunidade interna e externa, para quem diariamente trabalha ou estuda na UBI".
Na sua intervenção a nova reitora da UBI falou na necessidade de digitalizar a instituição. "A estrutura prevista reserva um espaço central para os desafios da transformação e inovação digital, com um olhar específico para a inteligência artificial e a necessidade de assegurar que a UBI está na vanguarda deste processo e que todo o processo de gestão, ensino e investigação, beneficia dos avanços tecnológicos e da adaptação da UBI a esta nova realidade. A UBI alcançou um significativo caminho no domínio da internacionalização. É urgente reforçar este percurso, explorando novas áreas de cooperação, cimentando o contributo da UBI para a afirmação de uma
comunidade académica cada vez mais global e cosmopolita. Uma equipa preparada para uma gestão transparente, rigorosa e tendo como princípio o superior interesse da Instituição, com uma utilização e maximização eficiente dos recursos, preparada para modernizar e tornar mais sustentável todo o edificado da UBI. Estas são áreas determinantes para a melhoria do nosso campus universitário, bem como para a afirmação da UBI".
Uma afirmação que passa também por um campus saudável "aproveitando valências que a UBI já disponibiliza, reforçando e melhorando serviços (como o apoio medico e psicológico) e criando iniciativas, atividades e espaços que permitam melhorar a qualidade de vida dentro do Campus".
O programa que se propõe cumprir está assente em três pilares centrais: Ensino, Investigação e Inovação, e Compromisso com a Comunidade, os quais estão assentes em sete eixos estruturantes (Pessoas; Responsabilidade Social; Desporto, Saúde e Bem-estar; Comunicação e Cultura; Modelo Organizacional; Instalações e Património; e Recursos Financeiros). Toda esta dinâmica é envolvida em sete dimensões transversais de atuação: Liderança participativa, Internacionalização, Sustentabilidade, Qualidade, Transparência, Transformação Digital e Inclusão, Diversidade e Igualdade de Oportunidades.
Ana Paula Duarte considerou ainda que os estudantes são a “alma da instituição, são verdadeiros embaixadores da UBI e constituem uma massa crítica determinante para a melhoria contínua do funcionamento da instituição. A sua participação, o seu envolvimento, o seu espírito crítico e reformista são determinantes para a afirmação de uma Universidade do século XXI. São, igualmente, os responsáveis pela criação de um ambiente de vida académica ímpar no panorama nacional e que transforma diariamente a vida na nossa região. Conto convosco nesta caminhada e estou certa de que o vosso contributo continuará a ser determinante para a construção de uma Universidade mais
inovadora, mais inclusiva, mais atenta, mais próxima, mas acima de tudo mais exigente".
Na sessão Mário Raposo, ainda na condição de reitor cessante, salientou o que foi alcançado nos últimos quatro anos, como "a marca atingida de mais de 10 mil estudantes, o reforço da produção científica, a internacionalização fruto da participação na UNITA, o aumento do número de estudantes estrangeiros, crescimento do financiamento público e renovação das infraestruturas. Destacou ainda projetos estratégicos como o Centro Interativo de Ciências e o C4G, entre outros".
"Como Reitor, e tendo conduzido os destinos da UBI durante quatro anos, tenho de dizer que foi um privilégio trabalhar para o desenvolvimento da nossa Instituição, da nossa UBI, da vossa UBI, e, por isso, um grande bem-haja à nossa comunidade académica, que se envolveu e colaborou nas nossas atividades”, declarou aquele que foi o primeiro diplomado pela Universidade a ocupar o mais alto cargo da Reitoria e que teve um papel ativo na academia na docência, investigação e gestão institucional, ao longo de mais de 40 anos", disse.
Na mesma cerimónia intervieram João Casteleiro Alves, presidente do Conselho Geral da UBI, e João Nunes, presidente da AAUBI.