O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, considera que a Universidade de Évora será líder será líder na transformação da região, seja através da qualificação, seja através da ciência, que vai contribuir para o desenvolvimento de toda a região”. O governante falava na sessão solene do Dia da Universidade, a 1 de novembro – em que o Ensino Magazine atribuiu uma bolsa de mérito aludindo aos fortes investimentos que estão projetados para o sul do país, como o novo aeroporto, o Hospital Central do Alentejo ou novas infraestruturas em Sines.
Fernando Alexandre destacou a importância da Universidade de Évora no panorama regional e nacional, “porque são estas instituições que devem estar na linha da frente e no traçar do futuro de Portugal”. Sobre a nova Escola de Saúde e o curso de Medicina em particular, o ministro reconheceu o interesse em que a Universidade de Évora se assuma como um referencial, em articulação com o novo hospital, “oferecendo serviços de saúde de qualidade às populações desta região".
Na sessão solene, a reitora da Universidade de Évora, Hermínia Vasconcelos Vilar, destacou os projetos que em curso e em fase de candidatura. Apostas que vão alavancar a instituição, como é o caso do laboratório do CIEMAR em Sines; da nova escola de saúde e a aposta nessa área, consubstanciada no curso de Medicina que poderá, a breve trecho, alavancar este setor, em conjunto com a construção do novo Hospital Central do Alentejo. “A notícia da autorização dada para a compra do terreno onde se irá instalar a futura Escola de Saúde junto ao novo Hospital, transmitida pelo Sr. Primeiro-ministro aquando da sua visita ao PACT, foi um momento marcante neste processo. Prevemos lançar o concurso de ideias ainda em 2024 e esperamos contar com o apoio de muitos para que esta construção se torne uma realidade nos anos seguintes, nomeadamente entre 2025 e 2027. É nosso objetivo que a futura Escola de Saúde reúna a atual Escola de Saúde e de Desenvolvimento Humano, bem como a atual Escola de Enfermagem, e integre o Mestrado Integrado em Medicina na sua oferta formativa”, disse
Hermínia Vilar abordou também a questão do financiamento e do campus da universidade. “Temos vindo recorrentemente a chamar a atenção para a necessidade de atender à diversidade de situações em que as instituições de ensino superior operam, nomeadamente quando falamos da fórmula de financiamento do ensino superior. E para lá de outras questões, um elemento crucial, como é o do perfil do campus, não pode ser ignorado, tal como não pode ser o papel que a Universidade tem na cidade e mesmo no território. Recorde-se que estamos ainda presentes na Herdade da Mitra, em Estremoz, em Sines, em Alter do Chão, e no Baixo Alentejo”.
A reitora recordou que entraram na Universidade “mais de 2000 novos estudantes no 1º ciclo e cerca de 1200 estudantes no 2º ciclo. A realidade atual é de turmas maiores que nem sempre se adaptam aos espaços que, na maior parte dos casos, não foram criados para albergar estudantes. Temos, contudo, vindo a desenvolver esforços no sentido da melhoria dos espaços de ensino. Estamos a criar salas de estudo em todos os edifícios onde são oferecidas formações, estando algumas obras já em curso. Realizámos uma obra de fundo no Pavilhão Gimnodesportivo, cuja situação exigia intervenção urgente. Esperamos ainda, no quadro de candidatura a financiamento competitivo, intervir, a breve trecho, nos edifícios do Colégio do Pedro da Fonseca, na Escola de Enfermagem, no Hospital Veterinário e em parte do edifício dos Leões. Em 2025 daremos início às obras adiadas do CIEMAR, em Sines, se a nossa candidatura apresentada agora em 2024 for aprovada, dando assim nova projeção à investigação realizada no CIEMAR e na unidade de investigação MARE”.
Conselho Geral diferenciado
O Presidente do Conselho Geral, João Carrega, considerou, na sua intervenção, que “as instituições de ensino superior portuguesas devem estar alinhadas com as agendas europeias". Isto é, devem fazer parte do espaço europeu de ensino superior.” Exemplo disso é a integração da Universidade de Évora na aliança EU GREEN, que agrega instituições da Espanha, Suécia, Polónia, Itália, França, Alemanha, Irlanda e Roménia, sendo a Universidade de Évora a única instituição portuguesa envolvida. João Carrega recordou que o Conselho Geral da Universidade de Évora foi pioneiro na promoção de uma discussão sobre o RJIES com os outros Conselhos Gerais das universidades públicas portuguesas. “Em Évora foram lançadas as sementes para o Fórum dos Presidentes e Vice-Presidentes, tendo sido promovidas reuniões posteriores nas universidades na UTAD, Aveiro, Coimbra, Açores, Lisboa e Minho”.
“Quando assumi estas funções entendi que o papel dos conselhos gerais das instituições de ensino superior (IES) não se deve resumir às funções de eleger o reitor ou o presidente, de aprovar os orçamentos, os relatórios de atividades e as contas, ou de fiscalizar os atos de quem foi eleito para dirigir as instituições. Na verdade, os Conselhos Gerais devem ser também um órgão proactivo, conselheiro, com capacidade de trazer para dentro das academias visões externas (através da experiência dos membros cooptados) e, em sentido contrário, levar para a sociedade a Universidade. Esta relação entre o Conselho Geral, a Universidade e Comunidade foi por nós assumida, ao longo deste mandato, como um fator importante, criando processos de transparência no órgão – com a divulgação das deliberações no portal da Universidade, e a edição de uma Newsletter digital e impressa, com acesso livre a toda a sociedade”, justificou.
Neste processo, de ligar o Conselho Geral à academia, disse João Carrega “foram ainda realizadas reuniões descentralizadas, promovidas visitas a todas as escolas da Universidade de Évora, para que os conselheiros conhecessem melhor a instituição e para que a academia pudesse conhecer-nos melhor; Acompanhámos, de forma próxima, as diferentes atividades da UÉ; Organizámos uma visita de trabalho ao Parlamento Europeu, num desafio que efetuei à eurodeputada Maria da Graça Carvalho e que viria a ser concretizada com a eurodeputada Vânia Neto. Uma visita de trabalho onde falámos de ensino superior e de investigação; e organizámos uma visita de campo à Herdade da Parreira, onde é bem visível a importância da política do solo, em resposta a um desafio do conselheiro Nuno Marques”.
João Carrega lembra que “sob proposta nossa foi criado o Fórum dos Presidentes e Vice-Presidentes das Universidades Públicas Portuguesas, de que somos fundadores. No âmbito do Fórum, participámos em reuniões com a ministra Elvira Fortunato e o Secretário de Estado, Pedro Teixeira, e com o atual ministro da Educação, Fernando Alexandre”.
A terminar, o presidente do Conselho Geral apresentou o livro Ensino Superior: Reflexões do Presente para o Futuro, que foi entregue no final da sessão solene a todos os participantes. “O livro apresenta-nos reflexões sobre diferentes matérias, indica-nos caminhos e explica-nos acontecimentos. Para que possa cumprir, na plenitude, o propósito de unir a academia à sociedade e, ambas, ao Conselho Geral, o livro vai chegar a toda a comunidade. Com ele, é reforçada a dimensão do próprio Conselho Geral da Universidade de Évora. E quando promovemos estas reflexões é a academia que fica a ganhar”.
A sessão contou ainda com as intervenções de Cláudia Marques, secretária do Instituto de Investigação e Formação Avançada, que destacou a importância dos funcionários para o bom funcionamento da instituição; e de Ana Beatriz Calado, presidente da Associação Académica, que alertou para aspetos como a falta de habitação jovem e para estudantes na cidade de Évora, vincando que os estudantes podem sempre contar com a associação para lutar por melhores condições em diferentes áreas. A lição inaugural foi feita por Cesaltina Pires que abordou o tema "Análise de decisão - ajudar na tomada de decisão em problemas complexos".
A cerimónia, que terminou com o Cortejo Académico, contou com a atuação de Grupos Académicos no Claustro do Colégio do Espírito Santo. As comemorações prolongam-se ao longo do dia, incluindo o lançamento e a apresentação da publicação comemorativa dos 50 anos do Instituto Universitário de Évora, intitulada "50 Anos de Memórias", coordenado pelo antigo reitor, Jorge Araújo. Após a apresentação do livro, foi lançada a nova App InUÉ. O dia terminou com um concerto pela Orquestra da Universidade de Évora, no Auditório Christopher Bochmann, no Colégio Mateus D'Aranda.