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Universidade Universidade de Évora cria Cátedra do Solo

11-01-2024

A Universidade de Évora acaba de criar a Cátedra do Solo, numa parceria com a empresa BOVICER, disse ao Ensino Magazine aquela academia. 

O acordo assinado no passado dia 8 de janeiro, na sala dos docentes da UÉ, permitirá ainda apoiar a formação na área da agricultura de conservação e a articulação com o Laboratório Vivo para a regeneração do Sistema Agro-Silvo Pastoril do Montado, unidade de investigação igualmente apresentada no decorrer da sessão.

Citada em nota enviada à nossa redação, Hermínia Vasconcelos Vilar, reitora da Universidade, realça o facto de se terem assinado dois documentos importantes para a academia. "Por um lado, a criação da Cátedra do Solo, que como o próprio nome indica tem o solo como objeto principal de investigação. Por outro lado, o protocolo, que unindo mais de três dezenas de entidades, permitiu a constituição do Laboratório Vivo para a regeneração do sistema agro-silvo pastoril Montado. Em comum estes documentos têm, por um lado, no seu centro as preocupações pela regeneração do solo, pelas alterações climática, pela necessidade de olhar para o nosso território que tem de olhar para os seus recursos naturais e geri-los de forma sustentável, de forma a encontrar respostas para os desafios que nos são colocados diariamente. Realça-se ainda a colaboração, cada vez mais importante, entre a universidade e instituições de diferentes perfis. O futuro implica, cada vez mais, que as Instituições de Ensino Superior se abram à comunidade, mas também que as empresas e outras instituições reconheçam a necessidade de colaborar com as IES”.

O acordo garante o financiamento da Cátedra para os próximos cinco anos. Citada na mesma nota, Teresa Pinto Correia, investigadora do MED, refere tratar-se do “reconhecimento, por parte da Herdade da Parreira, entidade com quem colaboramos há muitos anos, da importância da incorporação do conhecimento na gestão prática da agricultura de precisão, procurando através deste financiamento, que a investigação tivesse impacto de uma forma mais generalizada”.

Já Nuno Marques, gestor da BOVICER, “sem o solo não conseguiremos mitigar as alterações climáticas, o que significa que sem investir no solo não alcançaremos a sustentabilidade ambiental e social que tanto almejamos. O solo deve ser o nosso Norte”. Também Mário Carvalho, investigador do MED, refletiu acerca da relevância do solo “enquanto um dos pilares do funcionamento do ecossistema produtivo, com sustentabilidade económica e ambiental”.

A UÉ explica ainda que "o Living Lab procura contribuir com a produção de conhecimento para a manutenção do montado, através de uma colaboração com 21 produtores, que entre empresas e empresários em nome individual, disponibilizam, durante 10 anos, um total de cerca de 30 parcelas, em várias zonas do Alentejo, onde serão testadas novas soluções que permitam preservar este ecossistema, criando conhecimento aplicável na gestão da prática".

Entre outras entidades, o laboratório vivo é constituído pela UÉ, através do MED, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), Universidade Nova de Lisboa e Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL).

Já Cees Veerman, presidente da Missão Solo do Horizonte Europa, em mensagem enviada aos presentes, realçou a necessidade urgente de tornar os solos mais saudáveis. “Nós possuímos muito conhecimento científico sobre o solo, urge agora perceber como aplicar esse conhecimento, entender como efetivamente conseguimos contribuir para tornar o solo mais saudável, que instrumentos devemos utilizar. Acredito que será um exemplo a aplicar noutros países”, concluiu.

Finalmente Pia sanchez, presidente da FEDEHESA (La Federación Española de la Dehesa) sublinhou a importância de trabalhar em rede. “É um desafio para o século XXI começar a mudar mentalidades para reconhecer a importância do solo. Somos a única entidade em Espanha que representa o montado em todo o nosso país, mas apenas conseguimos ter impacto e maior influência nas políticas europeias se trabalharmos em parceria com outras entidades”, concluiu.

 

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