A reitora da Universidade de Évora, Hermínia Vilar, considera que, 50 anos após a refundação daquela academia, chegou o momento de se pensar num novo campus para a instituição. “Como todos sabemos a opção de fazer da cidade o espaço privilegiado de implantação da universidade foi e é uma decisão de inquestionável importância para a cidade, trazendo-lhe vida e contribuindo para a preservação de muitos edifícios históricos. Sem questionar essa presença penso que é chegado o tempo de pensar a possibilidade de alguma concentração de espaços em eixos de crescimento ou de consolidação da cidade, em articulação com o município e com o plano de urbanização em revisão”.
Hermínia Vilar falava na sessão solene de aniversário da Universidade de Évora que decorreu, no passado dia 1 de novembro, no Colégio do Espírito Santo, sede da instituição. A reitora lembrou os custos da opção de fazer da cidade o seu campus, lembrando que fez “chegar à tutela uma extensa carta em que chamo a atenção para os enormes encargos adicionais que esta opção de ter a cidade como campus com uma inevitável dispersão, acarreta para a Universidade e que deveriam ser contemplados no modelo de financiamento”.
Estas duas matérias foram também sublinhadas pelo presidente do Conselho Geral, João Carrega. “Porque não, começar a pensar num campus que reúna num mesmo espaço a maioria das unidades orgânicas com infraestruturas construídas com a finalidade do ensino e investigação, e com residências para estudantes?”, disse.
No entender de Hermília Vilar “construção da Escola de Saúde junto ao hospital faz parte deste plano de reorganização parcial do campus, plano que pretendo começar a discutir com os órgãos competentes da Universidade nos próximos meses, esperando deles a capacidade de pensar e de inovar sem amarras desnecessárias ao passado. Inevitavelmente quando falamos de campus falamos também de alojamento escolar. Infelizmente a nossa candidatura ao Plano Nacional da Alojamento Escolar não contemplou a possibilidade de novas construções, mas apenas a requalificação das residências já existentes, processos que se encontram em curso no âmbito de uma burocracia com a qual nem sempre muito fácil de lidar. De qualquer forma penso que poderemos vir a ter, em breve, um aumento do número de camas com a construção da residência nos terrenos da Universidade junto às piscinas municipais”.
Na sua intervenção a reitora falou ainda de mais cinco desafios com que a Universidade de Évora se debate, a saber: rejuvenescimento dos recursos humanos; reorganização das unidades orgânicas; investigação; consolidação das áreas de desenvolvimento estratégico e a este nível gostaria de realçar duas: a área das Ciências e Tecnologias Agrárias e a área da saúde com realce para a Medicina; e modelo de financiamento.
“Devo realçar que o novo modelo de financiamento proposto me coloca as maiores reservas já que me parece que dificilmente contribuirá para a coesão territorial e para a diminuição do desequilíbrio entre instituições localizadas em regiões e contextos muito diferentes”, sublinhou Hermínia Vilar, que no final da sessão viu também o presidente do Conselho Geral alertar para o facto desse novo modelo “não ser bom para as instituições de ensino superior do interior do país e de não convencer o Conselho de Reitores das Universidades nem o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos”. João Carrega referiu que o Conselho Geral aprovou, por unanimidade, uma posição enviada à tutela, ao ministério da Cultura, Presidente da República, Grupos Parlamentares e deputados eleitos por Évora, a solicitar “à Ministra que introduza para esse novo modelo de financiamento fatores corretivos que sejam justos para a Universidade de Évora e de diferenciação entre as IES tendo em conta as condições do território em que se encontram, de modo a corrigir as assimetrias existentes”.
Atividade física em lição inaugural
Como é hábito, a sessão solene integra uma lição inaugural, este ano proferida pelo diretor da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano, Armando Raimundo, o qual de uma forma muito interativa com os presentes, demonstrou a importância da atividade física na saúde das pessoas e na prevenção de diferentes doenças.
A sessão contou ainda com as intervenções de Henrique Gil, presidente da Associação Académica, do representante do pessoal não docente, António Cachopas, e da alumini, Maria Galvão Junça. A ocasião permitiu ainda a entrega dos Prémio Europa Nostra.
Ensino Magazine entrega bolsa de mérito
O Ensino Magazine entregou, no passado dia 2 de novembro, uma bolsa de mérito, no valor de 500 euros, ao aluno com a média mais alta do 1º ano de licenciatura (Jacinto Teodore Diniz Rebelo, estudante de Matemática, com a média de 18,3 valores). A entrega foi feita pelo gestor de eventos do Ensino Magazine, Francisco Carrega.
Na sessão foram ainda entregues a bolsa Peter Vogelaere e os prémios da Fundação Eugénio Almeida e Santa Casa da Misericórdia de Évora. Um dos prémios da Fundação foi entregue, a título póstumo, a Ricardo de Oliveira, falecido recentemente, tendo sido recebido pelos pais num momento muito emotivo.