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Universidade Universidade de Évora e Aquila Clean Energy estudam soluções para o cultivo em centrais solares

12-01-2023

A Universidade de Évora e plataforma Aquila Clean Energy vão estudar as melhores espécies para cultivar na Central Solar do Cercal, disse ao Ensino Magazine aquela instituição académica.

O estudo surge no seguimento do acordo de parceria entre a Aquila e a Cátedra de Energias Renováveis da Universidade de Évora (CER-UE) com vista ao desenvolvimento de um projeto-piloto de agrivoltaico na Central Solar Fotovoltaica do Cercal, em Santiago do Cacém.

Segundo a UÉ o projeto tem “o objetivo de identificar as melhores práticas agrícolas e espécies a cultivar na área de implantação da central, entre os painéis solares, mas também nas áreas envolventes não utilizadas”.

“Esta é uma das soluções encontradas para responder a uma das principais preocupações sentidas localmente, que questionava a viabilidade da produção agrícola nas terras onde serão instalados os módulos solares”, explica a Universidade.

Numa primeira fase, serão estudadas estratégias de compatibilização da Central Solar Fotovoltaica do Cercal com as atividades agrícolas e de conservação, evoluindo, posteriormente, para a definição de projetos-piloto para ensaiar as estratégias de compatibilização identificadas. O projeto culminará na produção de conhecimento através de publicações científicas.

De acordo com a Universidade, “através da exploração do conceito agrivoltaico (a coexistência de painéis solares e culturas agrícolas no mesmo local), a CER-UE em articulação com o MED -  Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente da Universidade de Évora, vai identificar, através de um estudo científico, as espécies mais habilitadas para cultivo agrícola no terreno, tendo em conta o tipo de solos e respetiva exposição solar, procedendo também à análise da interface entre a produção solar e agrícola, identificando sinergias entre ambas as atividades”.

O objetivo desta parceria é garantir uma coexistência harmoniosa entre a produção de energia e práticas agrícolas, aliadas à preservação da biodiversidade local e proteção de espécies com interesse de conservação.

A universidade acrescenta que “este compromisso vai permitir complementar o conhecimento do local com uma componente académica e científica independente, aprofundando a caraterização já efetuada da área onde vai ser instalada a central, que terá uma capacidade instalada de 275 MW e que, quando entrar em funcionamento, permitirá fornecer energia a 141 mil casas”.

Citada na mesma nota, Hermínia Vasconcelos Vilar, reitora da Universidade de Évora, revela que “a experiência e o conhecimento técnico-científico dos investigadores da Cátedra de Energias Renováveis e do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente da Universidade de Évora serão absolutamente determinantes para o sucesso deste ambicioso projeto-piloto que assenta na coexistência de painéis solares e culturas agrícolas num mesmo local.  De facto, as questões associadas à sustentabilidade, biodiversidade e transição energética têm sido uma aposta desta Universidade, com resultados efetivos ao nível da investigação e refletidos nos vários ciclos de estudos, desde a licenciatura aos programas de doutoramento, transversais a diversas áreas do conhecimento”.

Na mesma nota, Pedro Horta, Titular da Cátedra Energias Renováveis, sublinha a importância do projeto. Segundo o investigador, esta "é uma oportunidade para o desenvolvimento de uma abordagem transdisciplinar ao projeto de centrais solares de grande dimensão, incluindo não apenas a vertente da produção energética mas também a adoção de estratégias de compatibilização de uso dos solos com a atividade agrícola e com medidas de conservação e proteção da biodiversidade e da qualidade dos solos, constituindo uma abordagem pioneira a nível nacional que procura produzir resultados ao nível das boas práticas na construção e operação destas centrais e da produção de conhecimento que permita desmistificar algumas das preocupações legítimas das comunidades".

Também Manuel Silva, da Head of Development & Construction da Aquila Clean Energy em Portugal, realçou a importância da parceria. “Queremos assegurar que a construção da central fotovoltaica do Cercal, essencial para atingir as metas que garantam uma transição energética efetiva em Portugal, permitirá a manutenção de práticas agrícolas e de pastoreio, o que responde a uma das principais preocupações suscitadas localmente. Deste modo, a Aquila Clean Energy cumpre o seu desígnio de investir de forma sustentável, com respeito pela biodiversidade local, pelo ambiente e pela comunidade local, tendo em vista a criação de uma estratégia de valor partilhado”.

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