A alta qualidade das Universidades portuguesas está a atrair os estudantes venezuelanos que querem fazer mestrados no estrangeiro, disse o embaixador da União Europeia em Caracas, Rafael Dochao.
“A qualidade das universidades, neste caso de Lisboa, é tão elevada que os estudantes (venezuelanos) querem fazer o seu mestrado, querem fazer os seus estudos lá”, disse o diplomata.
Rafael Dochao Moreno falava à agência Lusa, em Caracas, no âmbito da apresentação do programa de intercâmbio Erasmus+, que este ano tem, entre os selecionados, um venezuelano que vai fazer estudos de pós-graduação em “ambientes de transição, inovação e sustentabilidade” na Universidade Nova de Lisboa e que já está a caminho de Portugal.
“Portugal, em geral, é um dos países (da Europa) mais atrativos para os latino-americanos, sobretudo para os venezuelanos, por exemplo, porque existe uma forte relação entre a Venezuela e Portugal”, explicou.
Por isso, o diplomata insiste que “quanto mais estudantes se inscreverem nas universidades portuguesas, melhor”.
Por outro lado, explicou que o Erasmus+ foi criado há 35 anos e permitiu que “mais de 12 milhões de jovens europeus e não europeus obtivessem bolsas de estudo ao abrigo deste programa” para o qual este ano foram selecionados seis venezuelanos que vão estudar em Portugal, Espanha, França, Irlanda e Itália.
“Para mim, um dos elementos fundamentais é a interculturalidade, o facto de os jovens poderem estudar noutro país e isso significa este intercâmbio com diferentes colegas de outras universidades, de outros países do mundo”, explicou.
Rafael Dochao destacou ainda que há um outro elemento-chave, que é os estudantes do Erasmus+ terem “muito sucesso na hora de conseguir emprego”.
“Mais de 74% dos estudantes Erasmus+ conseguem um emprego quando regressam ao seu país. E isso é fundamental numa altura como a atual, em que (conseguir) o emprego juvenil é muito complicado”, disse o embaixador, que apelou aos estudantes e universidades venezuelanas a que participem.
Por outro lado, explicou que receber uma bolsa de estudos do Erasmus+ “não é tão complicado, é possível fazer e conseguir” e que o programa tem “mais de 300 diferentes tipos de mestrados” em diversas universidades europeias.
“Que as pessoas a leiam e que se inscrevam para poder vir a ser beneficiárias destas bolsas Erasmus+”, frisou.
Rafael Dochao disse ainda que chegou a Caracas há um ano e que está “encantado” com o país e com a simpatia das pessoas e a resiliência dos jovens.
O Erasmus+ foi criado há 35 anos e é o programa da União Europeia para apoiar a educação, formação, juventude e o desporto na Europa.
Mais de 12 milhões de pessoas, jovens e adultos, participaram no Erasmus+, que, segundo um comunicado da Delegação da União Europeia na Venezuela, já não está limitado aos Estados-Membros da União Europeia, mas inclui terceiros países de todo o mundo.
A convocatória Erasmus+ 2021-2027, conta com 26,2 mil milhões de euros de orçamento e aposta na inclusão social, diversidade, transições ecológicas e digitais, e na participação dos jovens em todas os domínios, promovendo a igualdade de oportunidades de acesso, e equidade em todas as suas ações.
Podem beneficiar do programa pessoas de diferentes níveis de ensino, estudantes do ensino superior, formação profissional, pessoal docente e voluntários.