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Universidade Universidade de Coimbra estuda imunoterapia no cancro da bexiga

17-06-2022

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) está a estudar possíveis mecanismos de evasão imunitária que limitam o sucesso da imunoterapia no cancro da bexiga, lançando bases para o desenvolvimento de novos fármacos para combater este tipo de tumor que, em fase avançada, tem uma elevada taxa de mortalidade.

Iniciado em 2019, este estudo, de carácter translacional e multidisciplinar, é realizado em parceria com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e Hospital CUF de Coimbra e designa-se ‘Inibição da via da adenosina - uma nova abordagem para potenciar a imunoterapia no cancro da bexiga avançado’.

O cancro da bexiga “consegue ludibriar e inibir a ação do sistema imunitário do nosso organismo, o que lhe permite crescer sem ser destruído pela ação das nossas células imunes (imunoevasão). O nosso projeto centra-se num desses mecanismos para escapar ao sistema imunitário, que está ligado ao metabolismo da adenosina, e que pensamos ser uma das formas através das quais o cancro da bexiga limita a ação dos nossos mecanismos de proteção naturais, reduzindo ainda a eficácia dos fármacos de imunoterapia já utilizados hoje em dia”, explica o investigador e médico urologista Frederico Furriel.

Esses fármacos (inibidores da PD-1 e PD-L1), prossegue, “têm eficácia de apenas 20-30%, e isso sucede certamente porque há outras formas através das quais o tumor procede à imunoevasão, nomeadamente a via da adenosina”. A descoberta mais importante, até ao momento, «foi apurar que existe uma correlação entre estes factos: quanto maior é a expressão da via da adenosina, maior é a imunossupressão, o que aponta no sentido da nossa hipótese».

A equipa está agora a realizar estudos com um maior número de doentes, para confirmação destas descobertas e, também, para tentar encontrar, “no sangue periférico dos doentes, algum tipo de ‘assinatura imunológica’ que nos permitisse dar uma indicação da atividade da via da adenosina no microambiente tumoral”, adianta o investigador principal do projeto.

Para além de Frederico Furriel, a equipa é constituída por Belmiro Parada, Célia Gomes, Margarida Pereira, Hugo Ferreira, Paula Laranjeira, Vítor Sousa e Artur Paiva, investigadores da FMUC e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

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