Um grupo de investigadores do laboratório de Medicina do Genoma do Instituto de Biomedicina da Universidade de Aveiro (UA) acaba de desenvolver um kit de saliva e um teste de saliva ultrassensível e altamente reprodutível para a Covid-19.
O trabalho resultou de uma parceria entre a UA, o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (Santa Maria da Feira), o Centro Hospitalar do Baixo Vouga (Aveiro), o Centro Médico da Praça de São João da Madeira e a empresa nacional de engenharia de plásticos Muroplás, especializada no setor médico-hospitalar e com sede na Trofa.
O novo teste elimina o desconforto e a pesada logística da colheita de amostras com zaragatoa. Utiliza a robusta tecnologia de RT-PCR existente nos laboratórios nacionais, simplifica a automação dos processos laboratoriais, baixa o custo e facilita a testagem comunitária (lares, escolas, empresas, etc.).
A saliva é o principal veículo de transmissão do SARS-COV-2, o que torna a sua colheita de fácil execução no domicílio ou no local de trabalho sem recurso a profissionais de saúde. Numa abordagem inicial, os resultados dos testes com saliva mostraram que eram menos sensíveis do que os obtidos com colheitas por zaragatoa nasofaríngea, mas após ajustes no protocolo técnico, confirmou-se que a saliva pode igualmente ser usada na deteção de SARS-CoV-2 sem perda de sensibilidade.
O coordenador do Laboratório de Medicina do Genoma e diretor do iBiMED da UA, Manuel Santos, que liderou este projeto de investigação colaborativa, considera que este novo teste representa um avanço significativo no controlo da Covid-19 por permitir a realização de testes na comunidade, de modo simples, a baixo custo, e fácil automação do processo laboratorial, possibilitando assim escalar o número de rastreios diários. Também é útil para a recolha de amostras para a vigilância genética das variantes do coronavírus SARS-CoV-2.