A Escola Básica António Gedeão, sede do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas, com o seu projeto educativo intitulado “Educar e Ensinar para Humanizar”, pretende “habilitar os alunos com saberes e valores que visem a construção de uma sociedade mais justa, valorizando a dignidade da pessoa humana e a ação interventiva sobre o Mundo numa perspetiva de salvaguarda do bem comum”, e tem sido esta a linha condutora de todos os projetos e atividades realizadas.

Todos os anos o agrupamento define um tema aglutinador, sobre o qual os diferentes ciclos de ensino desenvolvem trabalhos ao longo do ano letivo. Esses trabalhos culminam com a exposição de final do ano letivo, onde a escola é aberta à comunidade, para que possam conhecer o trabalho realizado. O tema do presente ano letivo intitulava-se “Liberdade e Democracia”, e foi trabalhado pelo 1º, 2º e 3º ciclo.

No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de abril de 1974, procurou-se abordar não apenas a vertente política do acontecimento, mas também a vertente social, através das músicas de intervenção, e da vida quotidiona dos anos 70. Através de objetos da vida quotidiana, foi possível transportar os alunos no tempo, entrando pelos lares daquela época através dos objetos usados.

Na vertente política, nada melhor que ouvir a História contada na primeira pessoa, e para isso contámos com a presença do jornalista Joaquim Furtado, responsável pela leitura do primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas (MFA), na madrugada do dia 25 de abril de 1974. Para os alunos foi como ter uma figura histórica a sair dos livros, com a possibilidade de colocarem questões, de conversarem.

Tanto na disciplina de História como de Cidadania e Desenvolvimento, os alunos tiveram oportunidade de recuar no tempo, e perceber a diferença entre viver em ditadura e em democracia, e principalmente compreender a importância do conceito de Liberdade.

Apesar da relação direta com os conteúdos da disciplina de História, foi possível articular com outras disciplinas, como é o caso de Educação Visual, onde foram feitos inúmeros cravos, de diferentes dimensões, que deram depois origem ao “Mural da Liberdade”.

Foi possível também abordar o tema na disciplina de Matemática, uma abordagem que primou pela criatividade. O desafio consistiu em encontrar figuras geométricas em fotos da época em causa, atividade que foi do agrado dos alunos.

Ainda no âmbito do conceito de liberdade, e estando a escola integrada no projeto da UNICEF, “Escolas Pelos Direitos das Crianças”, os alunos tiveram oportunidade de pesquisar sobre as mudanças verificadas ao nível da educação, na transição para a Democracia.