A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria enviou às candidaturas pelo círculo de Leiria às eleições legislativas várias prioridades estratégicas para o território, incluindo a reavaliação de portagens e a criação da Universidade de Leiria e Oeste.
No documento, a CIM referiu que, nos últimos anos, “tem reclamado por mais investimento junto da administração central” e considerou que “a falta de investimento público adequado dificulta a atração de novas empresas e de talento qualificado”, além de restringir o desenvolvimento da região e acentuar as desigualdades face a outras regiões do país.
“Por ocasião da realização de um momento eleitoral da maior importância para o país, a região expressa o seu empenhamento em identificar as medidas necessárias que possam aproximar a decisão política às necessidades da região e dos municípios que a integram”, adiantou a comunidade.
Integram a CIM Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
No âmbito das acessibilidades e mobilidade, a CIM insistiu na “reavaliação de portagens e conclusão de eixos rodoviários e ferroviários estruturantes”, incluindo a isenção das portagens na Autoestrada 19 (que liga a Batalha a Leiria, como medida de proteção ao Mosteiro da Batalha) e no troço do Itinerário Complementar (IC) 36/Autoestrada 8 (Variante de Leiria e ligação à Marinha Grande Sul).
A ligação IC 9/Autoestrada 1 (A1), um novo nó de acesso à A1 na zona das Meirinhas, no concelho de Pombal, e a requalificação do IC 8 entre Pombal e Proença-a-Nova são outras das propostas.
Estas juntam-se à exigência de investimento na modernização da Linha ferroviária do Oeste e à antecipação da segunda fase da linha de alta velocidade Lisboa-Porto para 2026, “do troço de ligação entre Soure, Leiria e Carregado (incluindo a estação de Leiria)”, apenas projetada para iniciar após 2030.
Ao nível da educação e competitividade, a CIM salientou “a necessidade de medidas de atração e retenção de talentos”, e o apoio à criação da Universidade de Leiria e Oeste, no âmbito do desenvolvimento do Instituto Politécnico de Leiria.
Por outro lado, os autarcas pediram o lançamento de “um programa de incentivos para jovens profissionais e recém-formados, com subsídios para a fixação em áreas do Interior”, e “bolsas de estudo e subsídios para estudantes universitários de áreas estratégicas”, medidas “diferenciadoras para a fixação de talento na região”.
Já no âmbito da habitação e coesão social, a CIM reclamou um “programa de reabilitação de habitação social nos municípios mais necessitados”, assim como “o incremento dos incentivos à construção de habitação acessível para jovens e famílias de baixos rendimentos”.
Na saúde, a Região de Leiria tornou a pedir o reforço dos serviços de saúde primários e de urgência, com aumento dos profissionais de saúde nos centros de saúde e hospitais, e “incentivos para médicos e enfermeiros que trabalhem em áreas mais remotas”.
No âmbito do ambiente e floresta, os autarcas instaram à criação do Museu Nacional da Floresta na Marinha Grande (em lei desde 1999) e com polos noutros municípios, classificando esta como “uma aposta estratégica nacional”.
No que diz respeito à inovação e conhecimento, a Região de Leiria pediu “o fortalecimento das parcerias entre instituições de ensino, centros de inovação e empresas locais”, pois permite que “o conhecimento gerado seja aplicado à modernização dos setores produtivos, aumentando a competitividade da região”, o que será alcançado com um centro de inovação e conhecimento.
Às eleições legislativas de 18 de maio foram admitidas neste círculo 14 forças políticas que vão disputar 10 mandatos.