O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) vai abrir um polo de ensino em Arganil ligado à mobilidade inteligente e que deverá entrar em funcionar no ano letivo 2026/2027 em parceria com o município.
O protocolo para a criação do Arganil Smart Mobility Institute, de formação superior, que terá uma capacidade inicial para 200 alunos, foi hoje assinado nos Paços do Concelho de Arganil, no interior do distrito de Coimbra.
“A ideia foi evoluindo e chegou à criação de um centro de formação e de investigação em mobilidade suave e inteligente, cumprindo a agenda das alterações climáticas e fazendo aquilo que podemos fazer bem, que é formar pessoas e criar produtos para esse mundo diferente que queremos”, disse aos jornalistas o presidente do IPC.
Segundo Jorge Conde, a ideia é levar para Arganil cursos que possam “alterar a capacidade de intervenção e a competência de quem trabalha à volta da mobilidade do setor automóvel, no sentido de formar [técnicos] para os grandes grupos que estão a investir na mobilidade elétrica”.
O responsável adiantou que, no ano letivo 2026/27, deverão ter início os primeiros cursos, embora em fevereiro de 2026 possam ter início os cursos de pós-graduações e microcredenciações, e que a capacidade de formação vai depender da capacidade de captação.
“A ideia, quando abrimos um polo, e é isso que fazemos nos outros sítios, é oferecer no mínimo três cursos, que garantam um mínimo de 25 vagas, o que significa que os nossos polos são programados para os 200 alunos na fase de arranque, que se atingem no terceiro ano”, disse.
A criação do Arganil Smart Mobility Institute inspirou-se no Rali de Portugal, que é uma marca distintiva daquele concelho, tendo associado um conjunto de projetos associados à mobilidade inteligente financiados com fundos europeus.
O presidente da autarquia, Luís Paulo Costa, salientou que este polo surge enquadrado “num leque mais amplo de um ecossistema direcionado para o automóvel e a mobilidade autónoma”.
“Esta componente, do ensino e da investigação, que estamos a protocolar com o IPC, é peça vital e fundamental neste processo”, sublinhou.
O autarca frisou que o município deve aproveitar “as novas tendências no setor automóvel, da mobilidade autónoma e da eletrificação, e tirar partido do território e do Rali de Portugal, que é a marca incontornável e provavelmente a que mais projeta o concelho”.
De acordo com o protocolo assinado hoje, que tem duração de cinco anos, renovável por igual período, compete ao IPC a coordenação do polo e o desenvolvimento da oferta formativa, enquanto ao município de Arganil compete proporcionar as instalações e garantir os recursos humanos para o funcionamento e limpeza do espaço.
Em resposta aos jornalistas, o presidente da Câmara de Arganil disse que existem duas opções já localizadas para a instalação da escola, que estão a ser avaliadas de acordo com as necessidades, embora nos dois casos esteja em causa a realização de obras de adaptação e não uma construção de raiz, salientando que é possível a abertura do polo no ano letivo 2026/2027.
O Arganil Smart Mobility Institute vai disponibilizar formações superiores não conferentes de grau, como cursos técnicos superiores profissionais, microcredenciações e pós-graduações em “domínios chave” para a transição para o setor automóvel, que permitam a requalificação de capital humano em novas áreas de competências, como a análise de metadados, desenvolvimento de software, engenharia elétrica, química das baterias, eletromobilidade e condução automatizada.
O objetivo do IPC é o de que, num prazo de uma década, este polo e o ecossistema que lhe está associado possa ser uma referência no ranking científico do setor, como um dos melhores do mundo.