O presidente do Politécnico da Guarda defende que “Portugal e os portugueses devem gratidão à União Europeia pela solidariedade e ajuda que os fundos estruturais". Joaquim Brigas falava na conferência “História e Funcionamento da União Europeia: Desafios e Oportunidades e a Simulação de Sessão Plenária do Parlamento Europeu”, realizada nos serviços centrais do IPG.
A iniciativa contou com a participação de Carlos Coelho, antigo deputado ao Parlamento Europeu e presidente da Comissão de Comemorações dos 40 anos da Adesão de Portugal às Comunidades Europeias e de Hugo Pinto, membro do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal.
Citado em nota enviada ao Ensino Magazine, Joaquim Brigas lembrou que “há 40 anos, Portugal não tinha as contas públicas superavitárias, nem o seu crescimento económico era superior ao da média europeia, como hoje”.
Aquele responsável destacou a importância dos fundos europeus e recordando os primeiros quadros comunitários de apoio que chegaram ao país a partir de 1985, após a adesão à antiga Comunidade Económica Europeia (CEE). “Ainda hoje os fundos europeus são cruciais para combater o despovoamento de territórios do interior como é o da Guarda”, disse.
Sobre o Relatório Draghi, o presidente do Politécnico da Guarda mostrou-se convicto de que só a colaboração entre a indústria e o ensino superior pode responder à “lacuna tecnológica europeia” na área da Defesa, ao serviço da segurança comum da Europa.
“A reconversão do tecido industrial português para uma atividade com tanto valor acrescentado como as tecnologias de Defesa, deve passar por um reforço da ligação do Ensino Superior às empresas, promovendo a empregabilidade, a atração e a fixação de pessoas, a qualificação da mão de obra e a possibilidade de produzir tecnologia de ponta para clientes de elevada exigência”, realçou.
“O Politécnico da Guarda quer participar neste movimento de reindustrialização da Europa, qualificando a sociedade na sua região de influência e apoiando o tecido económico regional e do país a tornarem-se mais inovadores e mais competitivos”, reforçou.
Aludindo depois à estratégia protecionista do presidente dos Estados Unidos da América, Joaquim Brigas afirmou que “o ‘teste de stress’ que os Estados Unidos estão a provocar à União Europeia por causa das tarifas, vão exigir uma união, uma solidariedade e uma coordenação entre os países da Europa muito superior aquelas a que estamos habituados”. Por isso, concluiu, a União Europeia deve prosseguir “a sua trajetória de maior diálogo intergovernamental, de maior ligação democrática e de representação, entre os cidadãos eleitores e os órgãos europeus sediados em Bruxelas, Estrasburgo e Luxemburgo”.
Citado na mesma nota, Carlos Coelho destacou o facto de a ideia de compromisso estar muito presente no Parlamento Europeu, afirmando que “as diferentes famílias políticas estão condenadas a entenderem-se e a negociarem, uma vez que nenhum grupo político consegue obter sozinho a maioria de deputados para aprovação de legislação”. Para o antigo eurodeputado, “as leis do Parlamento Europeu demoram a ser aprovadas, mas são relativamente consensuais porque muitas famílias políticas e muitos países foram associados à construção de soluções legislativas que estão permanentemente em cima da mesa”.