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Politécnico Ministro defende outra forma de financiamento para o ensino superior

07-06-2024

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, considera que o atual modelo de financiamento das instituições de ensino superior não é o mais adequado. No seu entender, as instituições devem pensar a médio e longo prazo. Mas para que isso aconteça, “temos que isolar as instituições do ciclo anual daquilo que são as decisões discricionárias de quanto vamos aumentar a função pública ou as propinas e qual o impacto que isso tem no orçamento das instituições".  Uma solução que evitará "termos que andar a fazer contratos para corrigir essas situações”.

Para Fernando Alexandre isso “não faz sentido”. O ministro falava durante a sessão solene do 45.º aniversário do Politécnico de Santarém. “O desafio que tenho lançado às instituições, e sobre o qual tenho tido uma opinião positiva, passa por nós tratarmos do curto prazo e, no nosso diálogo (com as universidades, politécnicos e escolas) falarmos do médio e longo prazo. Queremos que as IES tragam planos, mas que não se reúnam sozinhas connosco. Devemos pensar em conjunto com os agentes, sejam eles nacionais ou regionais. Venham com parceiros”, justificou.

O ministro sublinhou a ideia de que “o governo será parceiro das instituições, mas quer sê-lo, num projeto de médio e longo prazo, com as instituições que demonstrem ter um enquadramento grande e que não estão sozinhas nesse processo”.

Fernando Alexandre encerrou a sessão solene, onde o presidente do Politécnico de Santarém, João Miguel Moutão, recordou o “crescimento muito significativo nos últimos anos” da instituição, considerando que também “contribuiu para o desenvolvimento económico e social da região”.

No seu entender, o IPSantarém “teve um impacto de natureza transformadora, temos atualmente 5000 estudantes e as entidades da nossa região beneficiam muito com isso. Por exemplo, em Rio Maior, em 1998, quando a escola abriu, a população estava bastante envelhecida e era uma região com pouco desenvolvimento. Hoje, tem uma comunidade de 1.200 estudantes que trouxeram para aquela cidade desenvolvimento económico", salientou o responsável.

Na escola agrária, continuou, há ainda “uma estreita relação com a indústria alimentar”, com a instituição a trabalhar “com muitas empresas internacionais, não só na indústria alimentar, mas também animal”.

Por outro lado, nos últimos anos o politécnico conseguiu criar uma “metodologia de ensino centrada no estudante” e desenvolver parcerias de ensino “com entidades regionais e internacionais”, acrescentou, destacando igualmente o facto de a instituição ter um modelo de formação alinhado com as necessidades locais, nomeadamente a área da saúde e do desporto.

“Uma das áreas de maior destaque em Santarém é a área da saúde. Nesta região, para além do hospital distrital, temos também vários hospitais privados, e a escola superior de saúde tem sido um ponto de formação para essas novas unidades de saúde. Na área do desporto devolvemos atividades muito importantes para pessoas com diabetes e para pessoas com uma série de patologias e isso beneficia a população”, disse ainda o presidente do Politécnico.

Para os próximos anos, João Moutão apontou como objetivos “consolidar o modelo educativo centrado no estudante”, fortalecer “a cooperação internacional”, promover a transferência de conhecimento” e “dar uma maior importância aos doutoramentos”

“Apresentámos uma proposta de doutoramento para a área das Ciências Agrárias e do Ambiente. Queremos promover os ciclos de doutoramentos e com isso criar uma diversidade politécnica, desde os cursos técnicos, até aos doutoramentos”, adiantou.

O Instituto Politécnico de Santarém foi criado em 26 de dezembro de 1979 e é constituído por cinco escolas de ensino superior: a Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, a Escola Superior de Desporto de Rio Maior, a Escola Superior de Saúde, a Escola Superior Agrária e a Escola Superior de Educação.

 

Residência inaugurada

 

Já sem a presença do Ministro, que devido ao facto do país estar em campanha eleitoral ausentou-se da cerimónia, foi inaugurada a residência de estudantes do Campus de Rio Maior. Com 122 camas, este alojamento do Politécnico de Santarém, representa um investimento de cerca de três milhões de euros, segundo a instituição.

“Rio Maior já há muitos anos que estava confrontada com esta necessidade e tem a particularidade de ser a cidade do país em que há um maior número de estudantes sem residência. Este problema existe desde 2016, muito antes de se tornar um problema nacional”, contou o presidente do Instituto Politécnico de Santarém, João Moutão, em declarações à Lusa.

Segundo o responsável, a nova residência vai ser direcionada para estudantes mais carenciados, nomeadamente bolseiros, que “nos últimos anos têm sido mais castigados pelo aumento dos preços de habitação”.

EM com Lusa
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