"Para criar mais incentivos à prática desportiva e melhorar as condições dos nossos estudantes-atletas, assim como da comunidade académica em geral, é necessário existirem linhas de financiamento específicas que possam contribuir para a requalificação e/ou construção de instalações desportivas nas instituições de ensino superior", alertou Carlos Rabadão, presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), durante as II Jornadas Healthy Campus, realizadas a 29 de novembro, na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche.
Na sessão de abertura do evento, que contou com a presença do secretário de Estado do Desporto, aquele responsável salientou que a existência de linhas de financiamento "seria uma mais-valia, que se aplicaria igualmente ao reforço da qualidade da oferta formativa existente na área do desporto".
Em resposta, o representante do Governo referiu que o desafio lançado pelo presidente da instituição é "legítimo, mas não deveria ser, pois não deveria ser possível, no nosso país, construir escolas onde as instituições de ensino superior se integram, sem considerar instalações desportivas. Se nós não permitíssemos a construção de instituições de ensino superior ou escolas sem contemplarem as instalações desportivas ou outras instalações fundamentais para o funcionamento das instituições, não haveria este tema".
Para Pedro Dias, "isto tem de ser uma prioridade para o país". "O desporto é importante para a formação integral não só dos estudantes, mas de toda a comunidade. Este é o momento certo para, de uma forma ordenada, ajudarmos a resolver um problema que é estrutural."
As II Jornadas Healthy Campus do Instituto Politécnico de Leiria visaram divulgar o trabalho desenvolvido no âmbito do programa Healthy Campus, da Federação Internacional de Desporto Universitário (FISU), que pretende melhorar todos os aspetos do bem-estar dos estudantes e da comunidade académica em geral, procurando inverter a tendência dos jovens em comprometerem a sua saúde durante a vida académica.
"Em 2020/2021, o Politécnico de Leiria lançou-se no desafio de submeter a sua candidatura ao programa, tendo atingido a certificação Platina, o grau máximo de cinco níveis de desempenho definidos pela FISU. Fomos, inclusive, a primeira instituição de ensino superior politécnica a garantir a certificação 'Healthy Campus', vendo assim reconhecida a estratégia institucional promotora de qualidade de vida e do bem-estar da comunidade académica", recordou o presidente do IPLeiria.
O Politécnico de Leiria viu, já este ano, ser renovada a certificação, no seguimento de uma auditoria da FISU e da avaliação do cumprimento dos parâmetros estabelecidos no projeto, relacionados com o desenvolvimento de programas de excelência nas áreas da Atividade Física e Desporto, Nutrição, Prevenção de Doenças, Saúde Mental e Social, Prevenção dos Comportamentos de Risco, Ambiente, Sustentabilidade e Responsabilidade Social.
Na abertura das jornadas esteve ainda o diretor de Desenvolvimento e Healthy Campus da FISU, Fernando Parente, que louvou o "excelente programa do Politécnico de Leiria, que conta com pessoas motivadas e uma coesão interna excelente, com diferentes departamentos, salientando-se ainda o trabalho de investigação desenvolvido".
Por sua vez, o presidente da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), Ricardo Nora, referiu ver com bons olhos a "mudança de mentalidades" nas instituições de ensino superior, cujos planos estratégicos "têm vindo a mudar e a colocar o desporto como uma das prioridades".