O abandono escolar, as limitações da ação social ou o acesso ao ensino superior foram debatidos nos passados dias 14 e 15 de dezembro, por associações de estudantes de todo o país, no Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).
Os estudantes debateram o que entendem ser os principais desafios e oportunidades no Ensino Superior, como o aumento de abandono escolar, que João Salazar, presidente da Direção da Associação Académica do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (AAIPCA), diz ser visível também na sua instituição.
“A nível nacional é notório o aumento de casos, mas também aqui vemos cada vez mais estudantes a desistir dos seus cursos. Do que temos acompanhado, percebemos que têm hoje muito mais custos para estudar e muitos acabam por desistir. Uns arranjam um part-time, mas também acabam por se desmotivar, porque não é fácil. Mesmo entre os que têm bolsas, muitos sofrem com os preços do alojamento”, contou.
Mais de um em cada dez alunos desaparece do sistema um ano após entrar no ensino superior (11,17%), segundo dados do Infocursos, que mostram que há pelo menos oito anos que não havia tantas desistências após o primeiro ano de licenciatura.
Um outro estudo mais recente, baseado nas experiências dos jovens a estudar em instituições de ensino superior de Lisboa e do Porto, mostrava que as famílias dos alunos deslocados gastavam em média cerca de mil euros por mês, entre alojamento, transportes e alimentação. Só os que conseguiam vagas em quartos a preços acessíveis conseguiam fazer uma vida mais económica, mas a oferta está muito aquém da procura.
Segundo João Salazar, a falta de oferta a preços acessíveis afeta estudantes em todo o país, mas a questão do alojamento não será um tema independente, devendo ser debatido no plenário sobre Ação Social.
A revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES)e a ação social foram outros temas em análise.