O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre (IPPortalegre), Luís Loures, criticou o modelo de financiamento das instituições de ensino superior, considerando-o “cego” e “injusto” para os estabelecimentos situados no interior do país.
“Um modelo cego e distributivo, onde o aumento de alunos de um ano para o outro, numa instituição de ensino superior em Lisboa ou no Porto, por exemplo, fará reduzir o orçamento das instituições que não consigam ter um crescimento equivalente”, alertou.
Luís Loures falava na cerimónia do 43.º aniversário do IPPortalegre, que decorreu no campus politécnico, onde o seu antecessor, Albano Silva, foi agraciado com o título de professor emérito do Politécnico de Portalegre, numa sessão que contou com a intervenção de António Sampaio da Nóvoa.
O presidente do IPPortalegre considerou o novo modelo “incompreensível e totalmente injusto”, alegando que se baseia no número de estudantes, não tendo em conta as questões relacionadas com a interioridade.
“É incompreensível e totalmente injusto que o modelo de financiamento das instituições de ensino superior seja apenas baseado no número de estudantes, ainda por cima se pensarmos que utiliza um modelo, segundo o qual, o mesmo estudante do mesmo curso ou área científica vale mais no sistema universitário do que no sistema politécnico”, acrescentou.
Em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia, Luís Loures reforçou a sua “discordância total” em relação ao modelo de financiamento para as instituições de ensino superior, insistindo que poderá ter um “impacto muito significativo” na sustentabilidade das instituições, principalmente nas regiões do interior.
O presidente do IPP manifestou-se ainda “bastante satisfeito” por ter atingido este ano a “meta” do número de alunos que a instituição pretendia atingir em 2025.
“Atingimos este ano aquela que era a meta ao nível do número de alunos para 2025, ou seja, antecipámos em dois anos esse objetivo e temos três mil alunos, um marco que é muito relevante”, sublinhou.
De acordo com Luís Loures, “mais de 70%” dos estudantes que este ano ingressaram no IPP são de regiões fora do distrito de Portalegre.
O IPP é formado pelas escolas superiores de Educação, situada na zona histórica de Portalegre, Ciências Sociais, de Tecnologia e Gestão e ainda de Saúde, no Campus do IPP, e Agrária de Elvas.