O Politécnico de Leiria anunciou, no passado dia 8 de novembro, a submissão de três novos programas doutorais para avaliação, em associação com universidades e institutos politécnicos nacionais e internacionais, revelou o seu presidente durante a sessão solene daquele instituto, onde o Ensino Magazine entregou uma Bolsa de Mérito académico.
Carlos Rabadão considera que estão criadas as condições para que o Politécnico de Leiria seja uma Universidade plena.
“O Politécnico de Leiria ministra atualmente dois cursos de doutoramento em associação com as Universidades de Aveiro e do Minho e irá submeter, na próxima semana, à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, propostas para a criação de três novos programas doutorais, em associação com universidades e institutos politécnicos nacionais e internacionais”, disse Carlos Rabadão.
Segundo afirmou, o Politécnico de Leiria possui o “corpo docente doutorado necessário para cumprimento dos requisitos legais necessários” para se “afirmar como universidade”.
“Temos unidades de investigação com trabalho muito relevante, com nível elevado de internacionalização e com muito boa avaliação por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Em 2024, contamos passar a cumprir com o derradeiro requisito necessário para constituir uma universidade, o número mínimo de três programas de doutoramento em funcionamento”, salientou.
Carlos Rabadão reforçou que, desta vez, a instituição “passa a reunir as condições necessárias para se afirmar como Universidade de Leiria e Oeste”.
“Uma universidade plena, sem perdermos a nossa génese atual (…), podendo outorgar todos os graus académicos e ministrar todos os cursos previstos na lei”, disse.
Para Carlos Rabadão, a criação da universidade irá “contribuir para um maior e melhor desenvolvimento do território”, pois “alavancará o potencial de investimentos estruturais na região”.
O presidente revelou também que está em preparação o lançamento da empreitada para a construção da nova Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, nos terrenos da antiga prisão-escola.
Está a ser finalizada a criação de um laboratório de fabrico digital direto e serão iniciadas as “obras de requalificação das infraestruturas de I&D e do 'hub' de inovação em saúde”.
Estão também previstas intervenções nos edifícios pedagógicos da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha e da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche.
Em 2024, serão ainda lançadas as empreitadas para a construção de cinco novas residências de estudantes: Leiria (2), Pombal (1), Caldas da Rainha (1) e Peniche (1).
“Com estas novas residências e com as iniciativas promovidas pelas Câmaras da Batalha, da Marinha Grande e de Torres Vedras, iremos aumentar a capacidade de camas para os nossos estudantes em cerca de 85%. Passaremos de uma oferta de cerca de 740 camas, para 1.366 camas. Iremos ainda avançar com a requalificação das residências atuais, no sentido de as dotar de mais conforto”, referiu.
Carlos Rabadão admitiu que a “principal missão” é ser uma instituição “dedicada à educação, à formação, à investigação e à inovação”, pelo que o seu compromisso é “colaborar na construção de uma sociedade inclusiva, inovadora e reflexiva, ancorada no ensino e formação ao longo da vida, centrada no estudante e focada na aquisição de competências críticas para o futuro”.
O presidente do Conselho Geral do Politécnico de Leiria, Pedro Lourtie, disse que “o ensino superior não deve servir apenas para a formação técnica e científica, mas também para a formação cívica, humana, democrática e formação de cidadãos”.
Desafiou ainda o estudante a “compreender o mundo e as questões sociais que hoje se colocam”, como as climáticas, e aconselhou-o a pensar nas “desigualdades entre países, e dentro de cada um, e as suas consequências”, assim como “formas de discriminação, o racismo e outros ismos”.
Referindo que “os empregadores valorizam cada vez mais as competências além das científicas e técnicas”, Pedro Lourtie recomendou aos jovens o desenvolvimento de “iniciativa, espírito crítico e capacidade de trabalho em equipa”.