O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a desenvolver um projeto de investigação, na área da polimedicação (uso de múltiplos fármacos em simultâneo), que pretende melhorar o uso de medicamentos pela população idosa. Denominado APIMedOlder, é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e está a ser desenvolvido em parceria com a Universidade de Aveiro.
“Os projetos de investigação desenvolvidos no Politécnico da Guarda estão alinhados com as nossas áreas de formação e respondem direta ou indiretamente aos desafios das empresas e da sociedade”, afirma Joaquim Brigas, presidente do IPG. “A investigação e a transferência de conhecimento são grandes prioridades. Pretendemos dotar a instituição com mais quadros altamente qualificados capazes de melhorarem a qualidade de ensino e da investigação científica produzida”, conclui.
Já Fátima Roque, investigadora responsável, “dadas as modificações farmacocinéticas e farmacodinâmicas que acontecem com o envelhecimento, a população idosa está mais predisposta ao desenvolvimento de reações adversas a medicamentos”. A docente do IPG explica que o projeto “tem duas fases: a primeira consiste na operacionalização dos critérios de identificação de Medicamentos Potencialmente Inapropriados. A segunda visa desenvolver uma ferramenta otimizada que possa ser útil aos profissionais de saúde e aos investigadores na área da farmacoepidemiologia”.
A EU(7)-PIM é uma ferramenta de critérios explícitos, desenvolvida por especialistas de sete países europeus, que permite a identificação de Medicamentos Potencialmente Inapropriados (PIM) em idosos de sete países. “Na elaboração desta lista não participaram peritos portugueses, pelo que considerámos importante fazer a sua operacionalização para a realidade portuguesa e tivemos a colaboração da perita alemã da Universidade de Wuppertal, Petra Thurman, uma das autoras da lista europeia original”, afirma Fátima Roque. Este trabalho foi publicado, em 2021, na Revista Acta Médica.