O Politécnico de Leiria e Universidade de Aveiro estão a liderar o projeto “ShareFOREST”, o qual tem como objetivo o desenvolvimento e operacionalização de uma metodologia participativa para promover a codecisão na gestão e ordenamento das florestas, reforçando os princípios de governança territorial, com a missão última de prevenir futuros fogos.
O projeto tem como responsáveis Elisabete Figueiredo, docente da Universidade de Aveiro e colaboradora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), e por Eduarda Fernandes, docente do Politécnico de Leiria e investigadora do Centro de Investigação Aplicada em Gestão e Economia (CARME).
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o projeto foi iniciado no dia 1 de março de 2021 e conta ainda com a participação da organização não-governamental ambiental OIKOS.
Em nota enviada ao Ensino Magazine, o Politécnico de Leiria recorda que “a ideia do ShareFOREST surgiu na sequência dos incêndios rurais de 2017 e do debate alargado na sociedade civil e na agenda política sobre as futuras decisões e ações de recuperação e valorização das florestas portuguesas”
O projeto prende desenvolver e operacionalizar uma metodologia e agenda de participação pública para as Matas do Litoral, devastadas pelos incêndios de outubro de 2017.
Diz o IPLeiria que o projeto será acompanhado por um conselho consultivo, que envolverá representantes de entidades governamentais e não-governamentais nacionais e especialistas na área das florestas e do fogo.
De acordo com a mesma nota, “o projeto usará casos de estudo das Matas do Litoral por dois motivos principais: a necessidade de definição de um modelo de participação para a gestão das florestas públicas, identificada no Programa de Recuperação das Matas do Litoral, solicitado pelo Governo Português a diversas instituições de I&D; a atenção dedicada aos fogos rurais e às matas pelos meios de comunicação social e pela sociedade, no pós-fogo de 2017”.
A primeira fase do projeto “ShareFOREST” passará pela identificação e mapeamento do público e dos atores sociais que intervêm e/ou beneficiam das Matas do Litoral, analisando redes de colaboração e interação, bem como a análise das representações e perceções sociais associadas à floresta e aos incêndios, após 2017.
Numa segunda fase, as investigadoras vão desenvolver uma metodologia participativa para promover a codecisão na gestão e ordenamento das florestas e sua operacionalização em casos de estudo nas Matas do Litoral. Por fim, decorrerá a avaliação do impacto do processo participativo nos casos de estudo, com base no desenho do processo, nos resultados imediatos e no potencial impacto na gestão florestal.
O estudo pretende sistematizar a abordagem, os métodos e as técnicas de participação, e as lições aprendidas nos casos de estudo. O principal resultado do projeto é o desenvolvimento da metodologia participativa “ShareFOREST”, que integra uma análise sistemática dos públicos e atores sociais a envolver, bem como dos seus interesses e necessidades, e promove a aprendizagem e a confiança entre os diversos atores, durante e para além da investigação.