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Tratamento de efluentes da indústria corticeira IPCoimbra com patente de sistema inteligente

18-03-2021

O Politécnico de Coimbra (IPC) acaba de apresentar uma submissão de patente para o novo sistema inteligente para tratamento de efluentes da indústria corticeira. O anuncio foi feito ao Ensino Magazine pelo próprio Politécnico.
Luís Castro, professor no Instituto Superior de Engenharia (ISEC), lidera a invenção, que apresenta vantagens ambientais e económicas.
Na nota enviada à nossa redação é referido que “o novo sistema diferencia-se pela capacidade de tomada de decisão automática, decorrente da análise continua da qualidade do efluente bruto da lavação de rolhas de cortiça. O processo inicia-se com recurso a uma consola de controlo que decide a separação do efluente industrial que carece de tratamento físico-químico, daquele que pode ser descarregado diretamente para a rede de saneamento, em conformidade com os Valores Limites de Descarga (VLD), com base na monitorização e mensurabilidade de parâmetros determinantes da qualidade e discriminação dos efluentes”.
A invenção deste novo sistema inteligente contou com a colaboração de vários investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Politécnico de Coimbra (ISEC-IPC).
Citado na mesma nota, Luís Castro, docente e investigador do ISEC-IPC e coordenador do projeto, explica que a solução é “sustentável” uma vez que beneficia o ambiente ao tratar exclusivamente a fração de efluente da indústria corticeira que necessita de tratamento reduzindo, dessa forma, o consumo de energia bem como a descarga no meio ambiente de produtos químicos usados no tratamento.
Sara Proença, pró-presidente do Politécnico de Coimbra para a Inovação e Empreendedorismo, diz, na mesma nota, que se “trata de um sistema inovador que foi objeto de um pedido de concessão de patente, por parte do IPC, junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).”
De acordo com Sara Proença, “a proteção, valorização e transferência para a sociedade do conhecimento científico e tecnológico gerado no seio da nossa comunidade académica é um objetivo estratégico do Politécnico de Coimbra”, afirma a responsável.
Já no que respeita à comercialização do sistema, Luís Castro afirma que “ao apresentar reais vantagens económicas e ambientais para a indústria corticeira, esta solução é comercializável”.
O sistema desenvolvido compreende uma unidade de análise e tomada de decisão acerca da necessidade de tratamento do efluente à unidade e posterior tratamento físico-químico. O equipamento divide-se em três zonas funcionais. A primeira promove a tomada de decisão acerca da necessidade de tratamento físico-químico do efluente bruto que é bombeado, pela bomba de alimentação para o tanque de decisão, no qual existe um conjunto de sensores de pH, turbidez e condutividade que mede os valores dos parâmetros caraterísticos do efluente bruto e os comunica à unidade de comando e controlo. Quando verificada a conformidade dos parâmetros o efluente é encaminhado para a rede de saneamento; caso tal não se verifique dá-se início ao processo de tratamento físico-químico, na segunda zona, numa sucessão de fases de tratamento sequenciais que envolvem a coagulação, neutralização e floculação. A terceira e última zona envolve a separação das lamas formadas num decantador lamelar.
No âmbito das suas aplicações incluem-se empresas do setor da indústria corticeira, mas pode ser também aplicável a outros setores industriais cujos efluentes possuam caraterísticas similares.

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