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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Opinião A ciência vai a votos

Nunca como hoje a Europa necessita de se afirmar pelos seus valores humanistas, de justiça, mas acima de tudo pela educação, ciência e inovação, que a democracia garante. O apoio à investigação surge como prioridade da Comissão Europeia, como forma de alavancar o emprego, o crescimento e o investimento sustentável. As metas, ambiciosas, colocam nas mãos da ciência e da inovação, o objetivo de, em 2050, alcançarmos a neutralidade carbónica.

O período de pandemia de Covid-19 explicou à sociedade civil a importância da ciência. Sem ela, sem as academias e os centros de investigação, mas também sem o forte investimento público e privado, as vacinas chegariam muito mais tarde, com a perda de milhares de vidas humanas. O exemplo demonstra a importância que este setor deve ter nas prioridades da União Europeia. É também referência na forma como os valores humanistas, de solidariedade e de preservação do mais importante bem comum (saúde), em sintonia com a ciência, deram resposta às necessidades das pessoas.

Portugal, como Estado Membro de pleno direito, deve saber aproveitar os mecanismos europeus de apoio à investigação. Através dos programas de financiamento Horizonte 2020, cientistas e empresas nacionais conseguiram 1,1 mil milhões de euros em apoio, entre o período 2014-2020. Agora no denominado Horizonte Europa, Portugal tem como meta alcançar dois mil milhões de euros em subvenções à inovação e ciência. Um objetivo ambicioso, em que o caminho a percorrer para o alcançar é exigente, muito burocrático, exigindo, em muitos casos, o trabalho em rede para candidaturas bem sucedidas.

Vem este tema a propósito das eleições para o Parlamento Europeu que decorrem a 9 de junho. A elevada taxa de abstenção que habitualmente se verifica, com um alheamento da população face à União Europeia, é preocupante. As decisões tomadas em Bruxelas e em Estrasburgo têm influência sobre todos nós. Independentemente das diferentes narrativas defendidas, não há dúvidas sobre aquilo que a União Europeia representa no desenvolvimento dos seus Estados membros e na melhoria da qualidade de vida da população.

Se mais exemplos não existissem, o modo como a União Europeia respondeu à pandemia, a obriga-nos a ir às urnas. Dir-me-ão que há políticas que têm impacto negativo. Claro que há. Na zona Euro a subida das taxas de juro tem sido dramática para muitas famílias. Mas também, por essa razão, é importante que cada um de nós se possa expressar, através do voto. É do nosso futuro que estamos falar. A ciência agradece.

João Carrega
carrega@rvj.pt