A Royal Enfield começou em 1901 no fabrico de bicicletas, motos e… armas. O seu modelo mais icónico é, se, dúvida, a Bullet (bala), fazendo jus a esse seu passado. A Shotgun é a interpretação mais recente dessa atitude. Motos “made like a gun” como refere a própria marca.
A moto é completamente “naked”, com motor, quadro, jantes e escapes em negro, estando ligeiramente apontados para cima e apresentando ponta estreita, lembrando duas metralhadoras montadas na traseira e apontadas para trás. Todo o aspeto se liga a um certo ar guerreiro e rebelde como é timbre das custom mais interessantes.
A Shotgun é mais uma Royal com o motor bicilíndrico de 648 cc e 47 cv, que já equipa a Interceptor, a Continental GT e a Super Meteor, com suspensão Showa com forquilha invertida à frente e travões de disco simples nas duas rodas, fabricados pela Brembo e ABS de duplo canal da Bosch, o que dá adequada garantia de qualidade.
Com um peso significativo de 240 Kg, beneficia, no entanto, de baixo centro de gravidade e uma altura de assento (795 mm) que permite a condução por condutores de qualquer estatura. O depósito de 13,8 litros, combinado com um consumo de 4,6 litros/ 100 Km, só autoriza uma autonomia inferior a 300Km, o que não sendo muito elevado é suficiente.
A instrumentação inclui dois mostradores redondos clássicos e permite emparelhamento com o telemóvel via Bluetooth, dispondo ainda de uma tomada USB, mas que não se encontra junto aos restantes instrumentos, mas escondida sob a tampa lateral.
A Shotgun tem preços que se iniciam nos 7400 euros, o que não sendo demasiado elevado, sempre é superior ao das suas conceituadas rivais como a Honda Rebel 500 (cerca de 7100 euros) ou a nova Kawasaki Eliminator 500 (6900 euros), ainda que bem abaixo da Vulcan (8400 euros) sendo que esta, embora com um motor de 650cc, se encontra num patamar superior.