Há ainda muitos milhares de portugueses que nunca designaram uma scooter por esse nome e sempre disseram “lambreta”.
A marca italiana de scooters fundada por Fernando Innocenti e que se tornou conhecida nas décadas de 50 e 60 do século passado tornou-se tão icónica em Itália que todos os veículos daquela tipologia, independentemente da marca passaram a ser designados por “lambreta”. O mesmo se passou em Portugal e duas ou três gerações usaram e usam o termo lambreta, como o António Zambujo na canção, não para designar uma Lambretta, mas uma qualquer scooter independentemente da marca.
No início dos anos 70, a Lambretta deixou de produzir “lambretas”, mas a designação nunca desapareceu, designadamente nas gerações mais velhas. Em 2017 a Lambretta reapareceu com o modelo V Special que se encontra à venda com motores de 50, 125 e 200 cc e em 2024 apresentou dois novos modelos para competir no segmento médio: a X300SR e a G350.
Os dois modelos não diferem muito entre si, apresentando-se a X num estilo mais utilitário e a G num estilo mais clássico. Os motores têm cilindradas diferentes (275 cc e 330 cc) mas potências semelhantes (25,2 e 25,8 cv) ainda que o maior se apresente com um pouco mais de binário em rotações mais baixas. A transmissão é automática CVT como na maioria das scooters e também nas suspensões e sistemas de travagem as semelhanças se mantêm ainda que os discos sejam um pouco maiores na G 350, que se apresenta assim um pouco mais cómoda e eficiente.
Hoje, num tempo em que abundam no mercado marcas e modelos de scooters das mais diversas origens, a Lambretta já não terá a notoriedade de outros tempos, mas as motos que apresenta, são dignas sucessoras dos modelos icónicos dos anos 60.
Os preços das novas Lambretta, não sendo especialmente atrativos, são aceitáveis na categoria: 6 mil para a X300 e 7 mil para a G350 e estão umas centenas de euros abaixo da sua histórica rival, a icónica Vespa, do grupo Piaggio.