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MX5 RF – Sonho acessível de puro prazer As escolhas de Valter Lemos

22-02-2021

O Mazda MX5 é o roadster mais vendido da história automóvel. Desde o seu lançamento em 1989 já vendeu mais de um milhão de exemplares em todo o mundo. O primeiro lançamento foi um “tiro no escuro” da Mazda, dado que ocorreu precisamente na altura em que os roadsters não estavam na moda e tinham desaparecido de produção. Mas, afinal tornou-se um absoluto sucesso, sucedendo e ultrapassando as grandes referências inglesas e italianas da história anterior, como o célebre Triumph Spitfire ou o Fiat Spider.
A primeira geração constituiu um grande êxito em todo o mundo, nomeadamente nos EUA onde o modelo ficou conhecido como Miata. As características principais do carro, que se mantiveram, são o baixo peso (980Kg) e a sua distribuição (50/50) e a maneabilidade conseguida por um chassis curto e rígido com suspensão independente nas quatro rodas e equipado com um motor dianteiro e tração traseira.
Ao longo das várias gerações estas características foram mantidas e estão presentes na atual quarta geração.
O modelo atual produzido a partir de 2015, tem 3,92 m de comprimento e 1,73 m de largura com um peso de 996 Kg (1037 Kg na versão RF), é servido por duas motorizações: 1.5 e 2.0 a gasolina. A primeira debita 132 cv e permite 204 Km/h de velocidade máxima e 8,3 segundos de 0 a 100 Km/h e segunda, com 184 cv atinge os 220 Km/h e 6,8 segundos no arranque.
O comportamento é como sempre, simplesmente sensacional. Graças ao seu baixo peso as acelerações, mesmo na versão menos potente, são entusiasmantes. A rigidez da estrutura associada à tração traseira permite um fácil controle em controle em curva, mesmo em forte aceleração e as escorregadelas da traseira são simplesmente deliciosas. Tudo neste carro é puro prazer de condução, quer rodando suavemente de capota aberta à beira-mar, quer curvando em aceleração em estradas sinuosas, quer guiando velozmente em autoestrada ouvindo música, quer manobrando com a maior facilidade em espaços urbanos. A direção é muito direta e a caixa é curta e precisa como se exige num desportivo.
O interior é naturalmente carente de espaço e tem acabamentos simples, mas irrepreensíveis ao estilo japonês e o equipamento conta (na versão Excellence) com bancos em couro e aquecidos, android auto, navegação, iluminação led, etc.
Nesta geração o MX5 trouxe uma excelente novidade. Para além da versão com capota têxtil, conta com a versão RF (Retractable Fastback) com uma carroçaria com capota rígida elétrica. Esta opção é excelente, não só permitindo circular de capota aberta em velocidades mais elevadas e com muito menor incómodo do vento provocado pela deslocação, mas, acima de tudo, transforma o MX5 num carro de todas as estações e todos os dias permitindo uma utilização mais diversificada. Com o teto fechado o RF é um desportivo fechado e com o teto aberto transforma-se num lindíssimo targa.
Em qualquer das versões O MX5 é um carro encantador, que preenche os sonhos de prazer de condução de muitos automobilistas. E apesar de não ser um carro barato é um sonho acessível. Custa, afinal, o mesmo de um familiar de gama média. A gama com motor 1.5 inicia-se nos 30 mil euros, podendo atingir os 38 mil nas versões mais equipadas. A gama com motor 2.0 é bem mais cara, sendo necessário gastar mais dez a doze mil euros.
Haverá que acrescentar ainda que o MX5 não tem concorrência. Os carros do mesmo género de qualquer outro fabricante, custam, pelo menos, o dobro, à exceção do Fiat 124 Spider, que é um clone do MX5, fabricado pela própria Mazda para a Fiat.

Valter Lemos
Professor Coordenador do IPCB | Ex Secretário de Estado da Educação e do Emprego
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