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Lusofonia Moçambique: Universidade Eduardo Mondlane funciona com 38% do orçamento necessário

11-07-2025

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), maior estabelecimento de ensino superior em Moçambique, funciona com apenas 38% do orçamento, dificuldade que se arrasta há anos e compromete os indicadores de desempenho da instituição, disse o reitor.

“Funcionamos com 38% daquilo que era desejado, como consequência, muitos indicadores de desempenho da UEM estão aquém do esperado, a começar pelo número de estudantes graduados anualmente”, disse o reitor da universidade, Manuel Júnior, durante a reunião anual da instituição.

No encontro, que juntou a comunidade académica e parceiros da instituição, o reitor referiu que há mais de sete anos que a UEM está a funcionar com “o orçamento muito abaixo do que precisa para realizar as suas atribuições”.

Como consequência, a UEM tem estado a apresentar resultados muito abaixo do desejado, principalmente nas componentes de formação, investigação e extensão.

“O eixo de ensino e aprendizagem continuam a absorver maior parte dos recursos, com 54%, contudo pela primeira vez conseguimos canalizar, em segundo lugar, 21% do montante para investigação”, referiu o reitor.

“A verdade é que a UEM gradua por ano cerca de um terço dos admitidos por ano. Se nós admitimos perto de cinco mil estudantes por ano, graduamos um terço. Este é um padrão que se repete ao fim de cada sete, quatro, cinco anos. É verdade que os graduados podem não coincidir exatamente com o corpo, com aqueles que entraram, mas de facto isso mostra que ainda temos um desafio muito grande”, explicou ainda.

Com mais de 50 mil estudantes e mais de 1.600 docentes, os projetos de investigação da UEM aumentaram de 324 para 457 em 2024, um crescimento considerado ainda “incipiente” para os desafios de Moçambique.

“Nesta dimensão da extensão universitária, vemos sinais um pouco não desejáveis do ponto de vista daquilo que seria ideal. A área da ciência de saúde liderou um número de projetos, como se pode ver, com 24%. Em segundo lugar as ciências agrárias e biológicas e em terceiro lugar as ciências sociais e humanas”, relatou.

Depois do Estado, que injeta cerca de 53% do orçamento, o Reino da Suécia é o maior financiador da UEM, seguido da Itália e da União Europeia, sendo um dos desafios a procura de mais parceiros.

A universidade pretende relançar-se com uma instituição de investigação.

“Deveremos continuar a criar as bases e consolidar o processo de formação institucional em curso, ajustar a estrutura organizacional e funcional das unidades orgânicas e serviços e adequá-las a uma universidade de investigação”, concluiu Manuel Júnior.

Lusa
UEM
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