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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Ensino Profissional ETEPA assinala 30 anos

12-12-2022

A Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense (ETEPA) acaba de assinalar o 30º aniversário com uma sessão solene. A cerimónia decorreu, no passado dia 24 de novembro, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco. Na sua intervenção, João Ruivo, diretor pedagógico da Etepa, aproveitou o momento para felicitar a Acicb – Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa por, há 30 anos ter tido a visão de ter criado a escola. Uma mensagem também partilhada por Sérgio Bento, presidente daquela associação, que mostrou a ata em que essa decisão foi tomada, e pelo autarca albicastrense, Leopoldo Rodrigues, que destacou a importância da escola. Já a delegada regional de educação do centro, Cristina Oliveira, realçou o papel da Etepa e a importância do ensino profissional.
O evento integrou uma conferência sobre educação e ensino profissional, onde participaram o ex-secretário de Estado da Educação, Valter Lemos; o diretor pedagógico da escola, João Ruivo; o secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, João Carvalhinho; e os empresários António Afonso (Netsigma) e Andreia Mendonça (antiga aluna e sócia da Orange Digital), com moderação do diretor do Ensino Magazine, João Carrega.

Evolução positiva

“No tempo mais recente a ETEPA orgulha-se de ter recebido a atribuição do Selo de Qualidade Europeu para o Ensino e Formação Profissional (EQAVET) atribuído pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional e de, no último triénio, ter obtido taxas de transição de 76%, e taxas de 90% em relação a alunos que obtêm o seu primeiro emprego nos primeiros seis meses após a conclusão do curso. Gostaríamos, ainda, de referir que cerca de 45% dos nossos alunos acabam por ingressar no Ensino Superior e 90% dos empregadores manifestam a sua satisfação, através de inquérito, com o desempenho dos técnicos por nós formados”, salientou João Ruivo.
Aquele responsável considera que aqueles dados “realçam a importância de uma rede significativa de empresas e instituições que connosco colaboram, rede proporcionada pelos mais de 200 protocolos de formação que, entretanto, temos vindo a estabelecer e a relevância de conseguirmos manter, no dia-a-dia, uma gestão orçamental, rigorosa séria e cautelosa, sem a qual seria impossível financiar os instrumentos de que necessitamos para oferecer uma formação de qualidade”.
João Ruivo relembra que “hoje, a ETEPA orgulha-se de ter no seu nome a palavra Albicastrense, enquanto única escola profissional nascida na cidade. Nestas 3 décadas a ETEPA já investiu no Concelho em vencimentos, equipamentos e renovação de instalações, mais de um milhão de euros e formou mais de mil técnicos especializados, muitos dos quais ocupam lugares de destaque em instituições públicas e privadas, em universidades e empresas, ou se tornaram empreendedores, contribuindo para o crescimento do nosso tecido económico e social”.

As ameaças

No entanto, o diretor pedagógico da ETEPA fala em 10 ameaças que afetam o ensino profissional, como a “diminuição da procura de cursos profissionais, decorrente da quebra demográfica e do desajuste da oferta formativa nas redes de cada região; A concorrência entre instituições formadoras, competição irracional que necessita de uma urgente análise de proximidade, de uma análise da consistência da coesão territorial, para que nas Comunidades Intermunicipais em que interagem não se provoquem ruturas, ou mesmo perdas institucionais irrecuperáveis; A representação social negativa dos cursos profissionais; A perda da meritocracia dos diplomas entre os mesmos estratos sociais, que já não valorizam a frequência da escola como alavanca social para o sucesso e para a empregabilidade dos seus filhos; ou a perigosa e inexplicável desatualização das ofertas formativas disponíveis no Catálogo Nacional de Qualificações e do Sistema de Antecipação de Necessidades de Qualificações (SANQ) e a correspondente desatualização dos Programas das diferentes Disciplinas e das Unidades de Formação de Curta Duração”.
João Ruivo diz ainda ser um absurdo “o número de horas letivas semanais dos cursos profissionais, que impedem o desenvolvimento de atividades extra curriculares que visem a inovação e a renovação das práticas pedagógicas dos docentes e a melhoria das aprendizagens dos seus alunos”.
Refere-se também, como ameaças, ao” modelo de financiamento obsoleto, que privilegia metas e taxas economicistas”; a constatação de que as nossas escolas já não estão só a formar para o mercado local, dado que, pela facilidade e promoção da mobilidade, os nossos técnicos podem vir a trabalhar no mundo distante da economia global; e a impossibilidade, ainda devido ao sistema de financiamento, de manter nas Escolas Profissionais um número significativo de docentes em tempo integral, o que as impede de envolver os seus professores no desenvolvimento de inúmeras atividades relevantes e, sobretudo, de construir uma cultura organizacional endógena, que se revela fundamental para o sucesso integral de qualquer instituição”.

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