São cinco os paradoxos que impedem o país de transformar talento em produtividade e explicam o êxodo de muitos jovens aqui formados para o estrangeiro. Para Daniel Traça, antigo reitor da Nova SBE e agora diretor-geral de uma das mais prestigiadas escolas de negócios de Espanha e da Europa, Portugal deve colocar os olhos na receita irlandesa para o sucesso: «liderança, inspiração e ambição.»
Uma Europa cada vez mais dividida e a tomada de posse de Donald Trump são alguns dos principais desafios que se colocam ao novo presidente do Conselho Europeu. Bernardo Ivo Cruz, professor universitário de Ciência Política, antecipa um ano de 2025 «muito complicado» e analisa os riscos que se perfilam com a crescente presença da inteligência artificial.
A política da lógica e da razão faz parte do passado e hoje o que impera é a política das emoções. É neste contexto que, segundo Mafalda Anjos, se assiste à «normalização da indecência» na vida política portuguesa. A comentadora da CNN Portugal acrescenta que a prática da decência é fundamental para evitar o caos na sociedade.
No rescaldo dos distúrbios que abalaram a capital, José Manuel Anes mostra-se apreensivo com o crescimento da criminalidade juvenil e defende o reforço de meios e uma melhor preparação dos agentes policiais em bairros problemáticos. O criminalista acredita que a reintrodução do Serviço Militar Obrigatório possibilitaria recuperar os valores da «disciplina, organização e rigor» que se perderam entre os jovens.
Com o foco no humanismo nas organizações, Gabriel Leite Mota defende que se os estudantes estiverem desmotivados e sem objetivos não vão aprender coisas novas e rejeita entender a escola como um espaço onde impera a competição desenfreada. O único português doutorado em economia da felicidade contesta ainda que o PIB seja entendido como uma métrica fiável para avaliar o bem-estar das nações.
É no seu “atelier” em Serpa, na calmaria do Baixo Alentejo, que nascem os “cartoons” que no dia seguinte podemos ver nos jornais e na televisão. Luís Afonso, um caso raro de longevidade nesta arte e que cumpre no próximo ano quatro décadas de atividade, não abdica de conciliar a crítica, a irreverência e o humor.
Um maravilhoso mundo novo em muitos domínios da sociedade, mas com perigos à espreita. Voz autorizada em matéria de Inteligência Artificial, Paulo Dimas identifica os riscos e os benefícios, sem esquecer os impactos ao nível da educação.
Há 26 anos a residir nos Estados Unidos, Daniela Melo antevê «volatilidade» e «instabilidade social» após as eleições de 5 de novembro, caso Donald Trump seja derrotado por escassa margem.
É uma das mais respeitadas investigadoras na área da nutrição e defende um regresso às origens em matéria de comportamento alimentar. Conceição Calhau é da opinião que o autocuidado em saúde devia ocupar um papel central nas escolas, com a inclusão das temáticas alimentares na disciplina de Cidadania.
Portugal tem de agir depressa para promover a integração e a inclusão social dos migrantes. Para Cátia Moreira de Carvalho, apesar da escola ser um «laboratório» para a integração destas comunidades no nosso país, «não é imune ao preconceito e está muito permeável ao que vem do exterior.»
A pornografia “está a transformar por completo” as relações entre os jovens, alertou a presidente da Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens, para quem este fenómeno pode ser contrariado com “educação muito próxima”.
O «profissionalismo absoluto» será o fator chave para Portugal entrar para o “top” das 10 melhores seleções do mundo de râguebi. A convicção é de Tomás Appleton, que vestiu mais de uma centena de vezes a camisola da equipa nacional.
Nunca abrindo mão da sua tripla condição de docente, poeta e crítico literário, António Carlos Cortez traça um cenário sombrio sobre o estado da nação. Uma conversa transversal em que se fala dos agentes educativos, das elites governantes e até do «fascínio provinciano pela tecnologia», nunca perdendo de vista algumas das referências maiores da literatura nacional. Evocando Eça de Queiroz afirma que o único desígnio do país continua a ser «pagar impostos e pedir o empréstimo.»
Como inspetor da PJ a perseguir os criminosos, no organismo contra o “doping” no encalço dos batoteiros no desporto e na faculdade a ensinar os jovens que amanhã vão estar no mercado de trabalho. É esta a vida multifacetada de Rogério Jóia, que em entrevista fala, entre outros temas, de crime, segurança, administração pública e…touradas.
«A Justiça é um bem de luxo para quem a ela precisa de recorrer, mas tem sido o parente pobre dos sucessivos governos do país». Quem o diz é Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, que considera ainda que «quando a Justiça tarda, a Justiça falha.» Sobre o desafio de atrair e reter talento, a líder dos advogados portugueses sustenta que há um longo caminho a percorrer, sustentando que um cenário de advogados bem remunerados, com trabalho em permanência e condições dignas, «só mesmo nas séries televisivas.»
A corrupção é um crime difícil de investigar e de provar, «com custos económicos, sociais e políticos avassaladores.» Para João Paulo Batalha, a dissuasão deste fenómeno não se consegue agravando penas, mas antes melhorando a eficácia do sistema penal. O vice-presidente da Frente Cívica defende ainda que os populismos e os extremismos emergiram no nosso país porque não se alterou “a estrutura de economia corruptiva”.
Para crescer e desenvolver-se Portugal precisa de reformas urgentes, no âmbito fiscal, na Administração Pública e na Segurança Social. A ideia é defendida pelo ex-ministro da Economia, Carlos Tavares, que considera ainda que «o investimento em Educação tem sido muito grande», mas os resultados exigem «que se gaste melhor neste setor.» Sobre a temática da oferta e procura de qualificações, admite que existe «um ajustamento deficiente» que urge corrigir.
As pinturas rupestres do Vale do Tejo constituem um mundo novo, não só pela quantidade das gravuras, mas pela qualidade de algumas delas e pela sua extensão. Na sua maioria submersas pelas águas do Tejo, fruto da construção da Barragem do Fratel, são no entender de Martinho Batista, antigo diretor do Centro Nacional de Arte Rupestre e pioneiro no estudo daquelas gravuras, em 1971, o “complexo mais rico de arte rupestre que existe no território português”.