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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVIII

Cultura Livros & Leituras

21-07-2025

Livro de Caligrafia (D. Quixote), de Nuno Júdice (1949-2024), livro póstumo do poeta algarvio, é um pequeno tesouro encontrado no espólio por Ricardo Marques, num caderno manuscrito, datando da mesma altura de “Meditação sobre Ruínas”, agora reeditado, com 28 poemas, sobretudo sonetos e outros poemas. “Sou:/e o que sou muda-me/noutro que/não sou”.

Lamento por uma Pedra e outros poemas (Assírio & Alvim), de W. S. Merwin (1927-2019), com versões, escolha e introdução de Jorge Sousa Braga, do poeta laureado norte-americano, viajante, tradutor emérito e amante da natureza, que viveu na Europa, incluindo Portugal, e morreu no Havai, autor de obra premiada, e herdeiro de Thoreau. “Quero dizer-te como eram/as florestas//terei de falar numa língua/esquecida”.

O Marquês de Bolibar (Cavalo de Ferro), de Leo Perutz (1884~1957), escritor austríaco de origem hebraica, matemático de profissão, e um dos mais desconhecidos autores da literatura centro-europeia, dá-nos neste extravagante romance de cariz pseudo-histórico, uma amostra do seu génio, ao narrar os estranhos acontecimentos que envolveram o desaparecimento de dois regimentos alemães das tropas napoleónicas na campanha espanhola, centrados na figura fantasmática do marquês do título.

Dez Razões (Possíveis) para a Tristeza do Pensamento (Relógio d´Água),de George Steiner (1929-2020), pensador humanista e erudito como poucos, discorre nestas páginas sobre o lado sombrio, a tristeza e a “melancolia profunda”, que banham a existência humana desde o advento da linguagem, partindo de Schelling, para aduzir dez razões de descrença na função cognitiva do pensamento.

Como reconhecer um estúpido (num mundo cheio deles) (Ideias de Ler), de Robert Musil (1880-1942), palestra proferida em Viena no ano de 1937, na qual o autor  do “Homem sem Qualidades”, discorre sobre esse fenómeno universal que é a estupidez que prolifera de forma tão evidente, qual erva daninha, nos actos, pensamentos e discursos de hoje em dia.

ATríade Disjuntiva (Ex-Libris), de Luís Souta, reúne em livro, com o subtítulo de “Literatura, antropologia e educação”, um conjunto articulado de leituras, fruto da sua carreira de docente e antropólogo, incluindo um capítulo dedicado aos “grafitis e literatura” e “street art”.

O Jardim do Paraíso (Livros do Brasil), de Ernest Hemingway (1889-1961), reedição do romance póstumo, publicado em 1986, que revelou um escritor desconhecido, muito distante do retrato composto pelas suas aventuras e desgraças, num livro sensual e luminoso, que encena um triângulo entre o protagonista, um escritor em lua-de-mel no sul de França, a mulher e uma jovem atrevida, num enredo de quebra de convenções.

A Máscara e Outros Contos (Antígona), de Stanislaw Lem (1921-2006), o mais celebrado escritor polaco de FC, reúne treze contos, abrangendo os anos de 1956 e 1993, dando corpo às preocupações dominantes na obra, desde a liberdade, utopias, os perigos das tecnologias, ao destino do humano enquanto espécie, tudo servido por uma profunda reflexão filosófica, e ironia muito próprias.

O Universo Consciente (Temas e Debates), de Marcelo Gleiser (n.1959, Rio de Janeiro), reputado astrofísico, propõe uma nova visão da relação do humano com a natureza, através do “biocentrismo”, com um fundamentado e actual “manifesto para o futuro da humanidade”.

Escutar os Mortos com os Olhos (Tinta-da-china), de Roger Charnier (n. 1945, Lyon), inaugura uma colecção sob o lema de João de Barros, “A história é um espertador de entendimento”, com uma palestra havida em 2007 sobre a história da cultura escrita, livros e autores, desde a Idade Média, convocando Quevedo, Cervantes, Shakespeare e Borges.

As Cartas do Boom (D. Quixote), reúne a correspondência trocada entre Cortázar, Fuentes, Garcia Márquez e Vargas Llosa, nos anos de 1959 a 1975, o núcleo central do chamado “boom” da literatura latino-americana, quatro amigos escritores que ergueram uma das mais ricas e impressionantes aventuras das letras mundiais do século XX.

Alack Sinner (Devir), de Muñoz & Sampayo, clássico da BD, com seis histórias deste “bófia ou detective”, ambientadas numa Nova Iorque a preto e branco, onde se cruzam patifes de vária ordem, racistas de todas as cores, doidos varridos e toda uma fauna que corrói a “Grande Maçã”.

Os Mitos da Geografia (Casa das Letras), de Paul Richardson, analisa oito mitos da ideia de geografia, desde os continentes às fronteiras, da nação e da soberania territorial, da Rússia à nova Rota da Seda, passando por África, numa viagem em que o mapa não se confunde com o território.

Uma História Africana da África (Presença), de Zeinab Badawi, sudanesa formada em Oxford, numa fascinante viagem pelo continente onde a humanidade actual teve origem, dando a conhecer os principais povos, civilizações e reinos que desde tempos distantes formaram um dos capítulos mais ignorados da história humana.

José Guardado Moreira

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

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