Eu Vi o tempo Assassinar-me (Assírio & Alvim), de Dylan Thomas (1914-1953), uma antologia do mais celebrado poeta galês contemporâneo, com selecção, tradução e textos de Frederico Pedreira, que vem colmatar uma lacuna na edição nacional, apresentando uma obra poética que inventou a sua própria tradição, eco distante dos bardos de outrora.
Retrato do Artista quando Jovem Cão (Penguin Clássicos), de Dylan Tomas, com tradução de Manuel Alberto Vieira e introdução de Frederico Pedreira, publicado em 1940, reúne contos onde o poeta revisita a infância e adolescência vivida em Swansea, num “percurso apaixonado em busca de uma identidade artística” ao encontro de uma voz muito pessoal.
O Maior Poeta da China (Temas e Debates), de Michael Wood, com o subtítulo “Nos passos de Du Fu”, renomado poeta chinês que viveu entre 712 e 770, numa época de grandes desastres de guerra que ensombraram o legado dinastia Tang, amigo de Lo Po, outro grande das letras clássicas chinesas, um livro que é uma fabulosa viagem pela China actual em busca do tempo em que o poeta ergueu a sua majestosa obra, amada ainda hoje.
Mortes fabulosas dos antigos (Cavalo de Ferro), de Dino Baldi, viagem pela antiguidade clássica greco-romana mas não só, para nos contar como foi o passamento desta para outra melhor, de personagens célebres desde Sócrates ou Cícero, de poetas obscuros a generais romanos, exércitos, cidades, mortes violentas, aparentes, súbitas ou suicídios, num reportório, ao mesmo tempo exemplar e exuberante, de como a morte encontra sempre quem não a procura ou deseja.
Maimónides (Tinta-da-china), de Alberto Manguel, com o subtítulo “Fé na razão”, é a biografia do grande filósofo, teólogo e médico medieval (1138-1204), nascido em Córdova numa família hebraica, autor do célebre “Guia dos Perplexos, cuja existência qui acompanhamos pela pena do conhecido bibliófilo, resultando numa exaltante revisitação da vida e da obra deste filho da Andaluzia, e que perdurou nos séculos vindouros.
Os Imbecis (E-Primatur), com organização e introdução de Larissa Shotropa, com o subtítulo “E outros textos clássicos de escritoras russas”, inclui 13 dos maiores nomes da literatura russa no feminino, desde o século XIX até ao Modernismo do início do século XX, é um óptimo contributo para dar a conhecer este universo literário até aqui desconhecido entre nós.
História Global da Literatura Portuguesa (Temas e Debates), com prefácio de José Carlos Seabra Pereira, e uma vasta gama de colaboradores, é uma obra de referência para quem se interessa pela literatura em português, abrangendo um arco temporal desde a Idade Média aos dias de hoje, com verbetes concisos mas incisivos, todo um mundo a redescobrir.
As Aventuras de Augie March (Quetzal), de Saul Bellow, em reedição, uma das mais esplendorosas obras do Prémio Nobel de 1976, publicado em 1953, é uma aventura picaresca da vida mirabolante do protagonista, um anti-herói vagabundo, que cresceu durante a Grande Depressão, história irónica de uma vida cheia de personagens e acontecimentos espampanantes fazem deste romance uma cornucópia de excelente literatura.
Caso Kukótski (Cavalo de Ferro), de Ludmila Ulitskaya (n. 1943, Urais), premiada escritora russa, onde a grande matriz do romance russo de Pasternak a Bulgákov se afirma, como neste livro, que acompanha meio século da história convulsa e dilacerada do seu país, onde se derramam os grandes temas como a religião e ciência, moral e liberdade, família e vida.
O Lago da Criação (Relógio d´Água), de Rachel Kushner, romance deslumbrante, narrado pela protagonista, uma agente infiltrada numa comuna francesa de ecologistas, para desbaratar os planos de sabotagem, que estes congeminam sob a batuta de um guru de boas famílias, à sombra de um misterioso eremita e mentor, que acaba por transformar a visão da jovem agente provocadora com os seus delírios sobre o passado da espécie.
Lou Reed (Casa as Letras), de Will Hermes, com o subtítulo “O Rei de Nova Iorque”, é a fabulosa biografia músico e cantor que marcou uma época com canções emblemáticas e actuações turbulentas e memoráveis, um visionário da música popular norte-americana, percursor de muitos outros, e que ainda hoje ecoa no panorama musical.
Viva Frida (Planeta), de Gérard de Cortanze, biografia da incomparável e extravagante artista mexicana, por um dos mais reputados apaixonados conhecedores da sua obra, feita de arrebatamentos, contradições e muito sofrimento físico, que ela transmutou em vida numa obra de arte de “terrível beleza”, que ainda hoje impressiona quem a contempla.
O Fim de Tudo (Ideias de Ler), de Victor Davis Hanson, historiador militar, analisa como a queda abrupta e a destruição de quatro grandes cidades, Tebas, Cartago, Constantinopla e Tenochtitlán, significaram o fim de uma cultura e de todo um modo de vida, sem deixar rasto, e de como as sociedades modernas não estão ao abrigo de hecatombes semelhantes.
Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico