Elvira Fortunato é a vencedora do Prémio Pessoa 2020. Cientista, professora Catedrática e Vice-Reitora da Universidade NOVA de Lisboa, especialista em Microelectrónica e Optoelectrónica, engenheira de formação, tem já uma larga lista de invenções e inovações onde se destaca o transístor de papel.
A ideia de usar o papel como um “material eletrónico” abriu portas, em 2016, para futuras aplicações em produtos farmacêuticos, embalagens inteligentes ou microchips recicláveis, ou até páginas de jornal ou revistas com imagens em movimento.
Como resultado do trabalho desenvolvido por Elvira Fortunato e a sua equipa de investigação no laboratório CENIMAT na Universidade NOVA de Lisboa, foi estabelecido em Portugal um Laboratório Colaborativo vocacionado para o papel eletrónico, que está a dar os seus primeiros passos e que conta com o apoio da Imprensa Nacional-Casa da Moeda e com uma forte participação da indústria do papel.
O trabalho pioneiro na área da eletrónica transparente, usando materiais sustentáveis e com processamento completo à temperatura ambiente, e de grande impacto na indústria eletrónica mundial, valeram-lhe o prémio Horizon Impact Award 2020, atribuído pela Comissão Europeia.
Ainda no contexto europeu, Elvira Fortunato é a promotora de uma plataforma associada à eletrónica flexível que usa materiais eco-sustentáveis e facilmente recicláveis, de forma a promover as interfaces e sistemas de comunicação de baixo custo e mais ajustadas a um futuro duradouro.
O Prémio pessoa é uma iniciativa do Expresso, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. No valor de 60 mil euros, visa reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país. Nesta edição, o júri foi constituído por Francisco Pinto Balsemão (Presidente), Emílio Rui Vilar (Vice-Presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.