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Atualidade O pequeno Mixodectes pungens viveu há 62 milhões de anos

12-03-2025

Chama-se Mixodectes pungens viveu há 62 milhões de anos. Agora, fruto de um estudo do esqueleto mais completo disponível daquele mamífero respondeu a muitas perguntas sobre esta criatura enigmática, descrita em 1883.

Durante mais de 140 anos, o Mixodectes pungens, que habitou o oeste da América do Norte no início do Paleocénico, permaneceu um mistério.

O pouco que se sabia sobre esta espécie foi obtido sobretudo através da análise de dentes fossilizados e fragmentos de mandíbulas.

O estudo mostra que os adultos de Mixodectes pesavam cerca de 1,3 kg, viviam nas árvores e alimentavam-se principalmente de folhas, noticiou na terça-feira a agência Europa Press.

Mostra também que estes mamíferos arborícolas (uma família extinta conhecida como mixodectídeos) e os humanos ocupam ramos relativamente próximos na árvore evolutiva.

"Um esqueleto com 62 milhões de anos com esta qualidade e integridade oferece novos detalhes sobre os mixodectídeos, incluindo uma imagem muito mais clara das suas relações evolutivas", destacou o coautor do estudo, Eric Sargis, professor de antropologia na Escola de Artes e Ciências de Yale, em comunicado.

"As nossas descobertas mostram que são parentes próximos dos primatas e dos colugos (lémures-voadores nativos do Sudeste Asiático), o que os torna parentes bastante próximos dos humanos”, acrescentou.

O estudo foi publicado na terça-feira na revista Scientific Reports. Stephen Chester, professor associado de antropologia no Brooklyn College, City University of New York, é o principal autor.

O esqueleto foi recolhido na Bacia de San Juan, no Novo México, pelo coautor Thomas Williamson, curador de paleontologia do Museu de História Natural e Ciência do Novo México, sob autorização do Bureau of Land Management federal. Inclui um crânio parcial com dentes, coluna vertebral, caixa torácica, membros anteriores e posteriores.

Os investigadores determinaram que o esqueleto pertencia a um adulto, com cerca de 1,3 kg. A anatomia dos membros e das garras do animal indicam que era arborícola e capaz de se agarrar verticalmente aos troncos e ramos das árvores. Os seus molares tinham sulcos para quebrar material abrasivo, sugerindo que era omnívoro e comia principalmente folhas, pode ler-se no estudo.

"Este esqueleto fóssil fornece novas provas de como os mamíferos placentários se diversificaram ecologicamente após a extinção dos dinossauros", sublinhou Chester, curador afiliado de paleontologia de vertebrados no Museu Peabody de Yale.

"Características como a maior massa corporal e a maior dependência de folhas permitiram que o Mixodectes prosperasse nas mesmas árvores que provavelmente partilhava com outros parentes primatas primitivos”, apontou.

Os investigadores repararam que o Mixodectes era bastante grande para um mamífero arborícola da América do Norte durante o início do Paleocénico, a época geológica que se seguiu ao evento de extinção do Cretácico-Paleógeno que exterminou os dinossauros não aviários há 66 milhões de anos.

Por exemplo, o esqueleto de Mixodectes é significativamente maior do que um esqueleto parcial de Torrejonia wilsoni, um pequeno mamífero arborícola de um grupo extinto de primatas chamado plesiadapiformes, que foi descoberto perto dele.

EM com LUSA
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