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Grã-Cruz da Ordem de Camões Marcelo condecorou Sampaio da Nóvoa

13-12-2024

O Presidente da República condecorou, no dia 12 de dezembro, o professor António Sampaio da Nóvoa com a Grã-Cruz da Ordem de Camões, elogiando “um cidadão do universo”, que teve “vagar e inventiva para projetar Portugal no mundo”.
Num discurso na cerimónia de jubilação de António Sampaio da Nóvoa, que se realizou na Aula Magna, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que uma personalidade com as características de Sampaio da Nóvoa “nunca termina um ‘cursus honorum’, nunca encerra uma vocação, nem um combate por causas, nem um dever de serviço nacional”.
No entanto, o Presidente da República considerou que, tendo em conta o que Sampaio da Nóvoa “já concebeu e realizou pela educação, pela cultura, pela língua” portuguesa, além do seu “vagar e inventiva para projetar Portugal no universo”, não “pode deixar de receber a gratidão desse Portugal”.
“Hoje e aqui, por isso, lhe vou entregar as insígnias da Grã-Cruz da Ordem de Camões, em nome de todos os portugueses”, anunciou Marcelo Rebelo de Sousa.
No seu discurso, o chefe de Estado aludiu ao período em que António Sampaio da Nóvoa foi reitor da Universidade de Lisboa, entre 2006 e 2013, para salientar que foi “essencial para mudar o paradigma vindo da Universidade Clássica de Lisboa” e se revelou um “prospetivo visionário, fazedor de universidades”.
“Pensando em grande numa pátria tantas vezes - vezes demais - habituada a satisfazer-se com o pequeno, com o trivial, o habitual, com o viver normalmente com segurança, mas sem risco nem rasgo”, afirmou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Sampaio da Nóvoa - que foi candidato presidencial em 2016 e conselheiro de Estado - é “um cidadão que nunca se demitiu, nem se demite, de o ser, em todos os combates, académicos, culturais, cívicos e políticos”.
“Tão depressa arauto de Abril, das suas raízes e sonhos, como notável conselheiro ao serviço do Estado, que o mesmo é dizer dos portugueses. Sem hesitações, nem desfalecimentos, nem jubilações cívicas, que nunca o seu sentido de responsabilidade as autorizará”, afirmou.
Depois, referindo-se ao facto de Sampaio da Nóvoa ter sido embaixador da Portugal na UNESCO, de 2018 a 2021, Marcelo considerou que teve um “brilhantíssimo desempenho” nessas funções, elogiando “um cidadão do universo e, nele, de Portugal nesse universo”.
É “um homem de caráter forte, de personalidade vincada, de convicções arreigadas, de resistências ilimitadas, conhecedor de passados, companheiro de luta de presentes, desbravador de futuros”, afirmou..
Nesta cerimónia, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também interveio, através de uma declaração em vídeo, recuando aos tempos em que era autarca de Lisboa para salientar que trabalhou “de perto com o professor Sampaio da Nóvoa num dos processos mais importantes, inovadores e que mais contribuiu para o fortalecimento do nosso sistema académico e científico, a fusão da antiga Universidade Clássica com a Universidade Técnica de Lisboa, dando lugar àquilo que é hoje a realidade da Universidade de Lisboa”.
Para Costa, esse foi “um facto em si muito importante, do ponto de vista académico e para a criação de uma base científica” para o futuro de Portugal.
“Mas é sobretudo relevante num país onde eu costumo dizer que todos nós trazemos uma espécie de minifúndio na cabeça e onde cada um quer preservar o seu pequeno espaço. O desafio que o professor António Sampaio da Nova, com o apoio do professor António Cruz Serra, se lançaram foi precisamente o inverso daquilo que é típico entre nós: foi juntarem-se para ganhar escala, dimensão, de juntos fazerem mais e melhor”, elogiou.
Por sua vez, o ex-presidente da República Ramalho Eanes também interveio nesta cerimónia para salientar que Sampaio da Nóvoa é um cidadão que se “habituou a admirar pelas suas qualidades, pela sua nobreza de espírito, de saber e responsabilidade social, pelo seu exemplo de cidadania e interesse”.
“Considero, pois, o professor Sampaio da Nóvoa um cidadão de rara excelência”, elogiou.

Lusa
Miguel A. Lopes/Lusa
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