Um biólogo da Universidade da Florida, Bob Ferl, vai examinar como as plantas se adaptam a novos ambientes e ajustam a sua expressão genética durante uma viagem espacial.
A experiência, inédita, segundo o diretor da Astraeus Space Institute daquela universidade, vai decorrer no âmbito de uma missão privada, com lançamento no Texas, a partir da base da Blue Origin, empresa norte-americana de viagens espaciais.
A experiência baseia-se em pesquisas anteriores que demonstraram que uma planta, o agrião ‘thale’ (‘arabidopsis thaliana’), pode detetar a sua presença no espaço e depois modificar a forma como os seus genes são expressos, adiantou a Universidade da Florida num comunicado emitido na terça-feira.
Embora já esteja demonstrado que as plantas respondem aos ambientes de voos espaciais, como na Estação Espacial Internacional (ISS), os investigadores têm menos conhecimento sobre o comportamento das plantas a nível molecular nessas viagens.
A experiência visa assim “fornecer novos dados sobre a forma como as plantas ajustam a sua expressão genética à medida que fazem a transição da Terra para o espaço”, acrescentou a instituição académica.
Bob Ferl e Anna-Lisa Paul, a outra investigadora da experiência, salientaram que, até agora, não foi possível observar a expressão dos genes da planta durante a viagem espacial, mas somente antes e depois.
Ferl referiu ainda que as plantas podem servir de alimento e purificar o ar na exploração espacial futura, sendo necessário compreender a reação ao ambiente espacial para aprender a cultivá-las no espaço de forma eficaz.
A viagem espacial inclui ainda outras cinco pessoas a bordo: Nicolina Elrick, Eugene Grin, Eiman Jahangir, Karsen Kitchen e Ephraim Rabin.