A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou um investimento de oito milhões de euros em conjunto com o Ministério da Defesa, durante os próximos seis anos, em projetos de investigação.
Elvira Fortunato falava na Assembleia da República, no dia 19 de setembro, durante o debate da Moção de Censura apresentada contra o Governo.
"Ao longo dos próximos seis anos, o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, irão investir 8 milhões de euros em projetos de investigação conjuntos, em emprego científico para doutorados e em formação avançada. O Defesa+Ciência é o novo programa do Governo para promover a investigação científica e a inovação na área da defesa nacional", disse na sua intervenção.
No que respeita à investigação e ao investimento nesta área, a ministra recordou que "este mês foi inaugurado o Deucalion, o supercomputador português mais rápido de sempre. Com capacidade para executar 10 milhões de biliões de cálculos por segundo, o Deucalion irá aumentar de forma muito significativa a capacidade de computação avançada no país".
"É neste contexto que a comunidade científica se afirma internacionalmente. No Programa-Quadro Horizonte Europa, com início em 2021, Portugal já viu aprovados para financiamento um total de 1082 projetos correspondendo a um montante de 613 milhões de euros, até ao 1º semestre 2023 (só passaram 2 anos e meio), sendo que 68% deste montante foi captado por Centros de Investigação e Instituições de Ensino Superior. No H2020 foram necessários 4 anos para se ultrapassar a meta dos 500 milhões de euros. E o Conselho Europeu de Investigação tem sucessivamente selecionado projetos de investigadores a desenvolver a sua atividade em Portugal. Foi por isso que lançámos o programa ERC- Portugal como forma de reter e atrair, mais e melhores investigadores", disse.
Na sua intervenção, Elvira Fortunato recordou a aprovação do "FCT- Tenure, um novo instrumento de financiamento desenhado com o objetivo de promover a contratação de doutorados, exclusivamente e pela primeira vez para posições permanentes. É por isso que aprovamos a revisão do estatuto da carreira de investigação científica e do regime de carreira docente e de investigação no ensino superior privado, cujas negociações com as estruturas sindicais e instituições se iniciarão em breve".
A ministra abordou ainda uma questão crítica, que está relacionada com a escassez de alojamento de estudantes no ensino superior. "Um dos aspetos mais preocupantes com que Portugal e a Europa se confrontam, atualmente, é o da habitação. É para fazer face a isso, que está em execução o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, o maior investimento de sempre em residências públicas para estudantes. Entre 2021 e 2026: passaremos de 157 para 243 residências e de 15 073 para 26 772 camas. Trata-se de um reforço de 78% na capacidade atualmente instalada. Sabemos todos, porém, que obras e empreitadas são processos que não são imediatos. A elaboração e concretização dos projetos e o cumprimento das exigentes, mas importantes, regras de contratação pública e de licenciamento urbanístico têm prazos que não é possível ultrapassar. Apesar disso, 60% dos projetos contratualizados em setembro de 2022 estão já em construção ou prestes a entrar nessa fase. Este ano foram já inauguradas duas residências e amanhã inauguraremos uma terceira. Brevemente, serão inauguradas mais quatro residências novas e reabertas três residências reabilitadas, ficando disponibilizadas cerca de 1100 camas até ao final do ano. E o esforço prosseguirá, conforme planeado, até 2026".
A este propósito, Elvira Fortunato diz que "houve um reforço significativo do complemento de alojamento para estudantes deslocados. Só no último ano este complemento foi aumentado 3 vezes, tendo crescido entre 17% a 19%, aumentando quase o dobro do que foi a evolução registada nos preços do alojamento privado. Estamos a avaliar um eventual reforço desta medida, de modo a apoiar mais famílias cujos filhos tenham que se deslocar para estudar".