Este website utiliza cookies que facilitam a navegação, o registo e a recolha de dados estatísticos.
A informação armazenada nos cookies é utilizada exclusivamente pelo nosso website. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVIII

1ª Coluna Menos burocracia na escola

03-07-2025

A burocracia é um dos problemas identificados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação na escola pública junto da classe docente. O assunto não é novo e a quantidade de trabalho burocrático e de secretaria que os professores, sobretudo os diretores de turma, são obrigados a desenvolver é uma questão que não só desmotiva quem ensina - que desenvolve funções que deveriam ser feitas por técnicos – como limita a própria escola na sua organização, pois não cria espaço para a inclusão de profissionais adequados a essas tarefas.

Há muitos anos que os professores se queixam do trabalho burocrático a que estão sujeitos. Mas só agora o assunto foi colocado na agenda política de forma clara, com o Ministério a convidar os docentes e não docentes a responderem ao formulário “Simplificar e Desburocratizar”, na plataforma SIGRHE (Sistema Interativo de Gestão de Recursos Humanos da Educação).

O questionário pretende saber que processos devem ser simplificados, reorganizados ou eliminados, em áreas como: Avaliação Interna e Externa dos Alunos; Planeamento Curricular; Gestão de Processos no âmbito da Direção de Turma; Avaliação Externa das Escolas; Articulação entre Escola e Família; Plataformas Digitais; Procedimentos Concursais; Relatórios dos Alunos; Autoavaliação Interna; Avaliação de Desempenho Docente; Formação e Desenvolvimento Profissional. Em cada um dos itens podem ser dadas sugestões.

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, além de dirigir uma carta aos professores, via Direção-Geral da Administração Escolar, lançando-lhes o desafio de responderem ao inquérito, publicou também um vídeo onde refere estar “empenhado em digitalizar e simplificar processos dentro das escolas públicas já a partir de setembro".

O governante quer professores "livres para ensinar e não sobrecarregados com papéis que pouco contam para o sucesso educativo". E acrescenta que é intenção da tutela "simplificar, reorganizar e eliminar processos que não servem à aprendizagem dos alunos nem contribuem para o bem-estar dos professores e do pessoal não docente".

Até 9 de julho docentes e não docentes podem responder ao questionário. Está também nas suas mãos identificarem aspetos menos positivos que prejudicam a sua ação na escola e contribuírem para futuras decisões do Governo. Aplaudo esta abertura do Ministério. As respostas serão certamente uma ajuda à melhoria de escola e ao combate à burocracia. Aquilo que se espera é que a comunidade escolar dê o seu contributo. Se não o fizer está a enfiar a cabeça na areia e isso normalmente dá maus resultados e queixumes tóxicos de quem apenas só sabe dizer mal e nada faz. Haja coragem.

João Carrega
Diretor carrega@rvj.pt
Voltar