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Práticas de bullying em lares de idosos Estudo da UTAD lança alerta

13-01-2023

A prática de bullying é um motivo de preocupação em lares de idosos institucionalizados, conclui um estudo realizado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no âmbito do mestrado em Serviço Social. Desenvolvido pela jovem investigadora Ana Catarina Reis, sob a orientação de José Luís D’Almeida, docente da UTAD e diretor do mestrado em Serviço Social, teve como tema ‘Bullying em Contexto Institucional de Pessoas Idosas’ e incidiu sobre experiências em vários lares de idosos no concelho de Viseu.

Os resultados mais evidentes da investigação indicam que “as práticas de bullying entre pessoas idosas institucionalizadas surgem frequentemente, e os agressores, por norma, são pessoas que apresentam superiores capacidades intelectuais e saúde psíquica e física, enquanto as vítimas possuem geralmente patologias do foro psíquico”. Constatou-se também que os comportamentos de bullying são mais frequentemente nos espaços comuns e com maior incidência no inverno e na época de Natal.

Dois tipos de práticas são realçadas neste estudo: a agressão verbal (com percentagem de 100%) e a agressão física (33%). A agressão verbal ocorre em diferentes situações envolvendo insultos, comentários desagradáveis, criticar, chamar determinados nomes, gozar e discriminar. Estas situações “possuem uma incidência considerável entre as pessoas idosas institucionalizadas e acontecem quando os agressores não compreendem e não toleram as patologias dos colegas, quando se sentem provocados pelas vítimas, ou quando não aceitam as suas histórias passadas”, conclui a autora. No que toca às agressões físicas, de menor incidência, são de vários tipos, como “empurrar, dar bengaladas, bater, e podem ocorrer em diversas situações, em que o agressor pode estar num quadro de demência, ou o agressor não possuir qualquer tipo de perturbações mentais”.

No que diz respeito às testemunhas destes atos, “são geralmente as auxiliares e as assistentes sociais das instituições que, perante atos agressivos, intervêm imediatamente, de modo a que tais comportamentos sejam eliminados e seja possível reestruturar um ambiente pacífico e acolhedor. Para tal, optam por dialogar com os intervenientes, separando os envolvidos e/ou retirar um dos elementos do espaço em que se encontra. E quando os atos de bullying surgem na presença das colaboradoras, posteriormente comunicam o sucedido à assistente social da estrutura”. Outras testemunhas “são os residentes que observam estes comportamentos e que geralmente não intervêm, para não sofrerem represálias e para não serem as próximas vítimas”.

Segundo a jovem investigadora, este estudo “permitiu constatar que é imprescindível investir em estratégias de prevenção, de intervenção e de correção que desincentivem comportamentos de bullying entre pessoas idosas institucionalizadas”.

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