Este website utiliza cookies que facilitam a navegação, o registo e a recolha de dados estatísticos.
A informação armazenada nos cookies é utilizada exclusivamente pelo nosso website. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Prémio nacional de ética desportiva Ex-alunos da UMinho vencem

18-10-2021

Ricardo Pinheiro Gonçalves e Joni Sousa Rodrigues, formados na Universidade do Minho, acabam de receber o Prémio PNED - Plano Nacional de Ética no Desporto, por terem as melhores dissertações de mestrado nesta área em Portugal, respetivamente dos anos 2019 e 2020.

A distinção, no valor de 2000 euros, é uma iniciativa do Instituto Português do Desporto e Juventude, em parceria com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, a Federação Académica de Desporto Universitário e a Sociedade Portuguesa de Educação Física. O Prémio PNED vem pela terceira vez consecutiva para dissertações da Escola de Direito da UMinho (na edição 2018, venceu Rafael Santos).

A cerimónia de entrega de prémio, realizada este mês, incluiu o lançamento do livro baseado na tese premiada de Ricardo Pinheiro Gonçalves, ‘Administração de sociedades desportivas: a corporate governance e a bussiness judgment rule’. A apresentação da obra coube a Alexandre Mestre, membro do Comité de Governança e Cumprimento da UEFA e antigo secretário de Estado do Desporto e Juventude. A tese já tinha sido laureada em 2019 no ‘Prémio Fundação do Futebol’, da Liga Portuguesa de Futebol.

O estudo de Ricardo Pinheiro Gonçalves focou as sociedades anónimas desportivas (SAD) em Portugal, em especial no Benfica, FC Porto, Sporting e SC Braga. Concluiu que, nos "três grandes", o presidente do clube tem "poder além do recomendado" na SAD. "As SAD devem abrir-se mais a pessoas ou entidades externas, para angariar financiamento, jogadores influentes, patrocínios e se internacionalizarem", frisa o autor. Foi também abordado o papel do administrador das SAD, que não pode ser responsabilizado por atos de gestão danosa "se reunir três requisitos": atuar informado, sem interesses pessoais e com racionalidade económica.

Joni Sousa Rodrigues centrou-se nas sanções aplicadas pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), no trabalho intitulado ‘O poder sancionatório desportivo no âmbito do futebol profissional em Portugal: aproximação ao regime geral das contraordenações’. Na prática, demonstrou que as coimas aplicadas a atletas e clubes do futebol profissional são, em muitos casos, muito baixas quando comparadas com as quantias milionárias que auferem.

"A imprensa tem dado vários exemplos, inclusive no estrangeiro, como uma multa abaixo dos 1000 euros pela ilícita abordagem do Barcelona ao avançado francês Griezmann, que até acabaria por contratar por 120 milhões de euros", referiu. "O poder sancionatório da FPF pode ser revisto, permitindo a sua melhor utilização no sentido de promover os valores da ética desportiva e contribuindo para uma maior igualdade entre os clubes, não beneficiando os incumpridores", defendeu.

Voltar