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Regulação do apetite também controla a memória Descoberta em Coimbra

15-03-2021

Um estudo internacional liderado pela Universidade de Coimbra (UC), cujos resultados acabam de ser publicados na revista Science Signaling, revela que o recetor da grelina, uma hormona reguladora do apetite, assume um papel muito importante na interligação dos sinais biológicos de fome, saciedade e memória.
Liderado por Ana Luísa Carvalho, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra e investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), e por Luís Ribeiro, do CNC, o estudo visou compreender em que medida as hormonas com uma função no metabolismo regulam a função sináptica (que assegura a comunicação entre neurónios essencial à formação de memórias).
O trabalho consistiu em investigar “se, na ausência da hormona estimuladora, a atividade constitutiva (basal) do recetor da grelina é relevante para a formação de memórias, e se tem impacto nos mecanismos moleculares envolvidos nessa formação”, indica Ana Luísa Carvalho.
Este estudo “identifica a atividade basal de um recetor membranar (cujos níveis e atividade são dependentes do estado interno do indivíduo) como reguladora da formação de memórias. O recetor em causa – o recetor da grelina – tem os seus níveis e atividade basal regulados pelo estado de saciedade do indivíduo, e nós verificámos que essa atividade é importante na capacidade de formar novas memórias e nos mecanismos subjacentes. Fármacos que bloqueiam a atividade constitutiva do recetor são considerados possibilidades terapêuticas em algumas doenças metabólicas, por exemplo, mas é importante ter em conta que poderão ter efeitos secundários ao nível da memória” esclarece a investigadora.
A equipa integra outros investigadores do CNC (Mário Carvalho e Tatiana Catarino são também autores principais do estudo) e ainda do Centro de Biologia Molecular "Severo-Ochoa" e Universidade Autónoma de Madrid (Espanha) e do Instituto Interdisciplinar para a Neurociência da Universidade de Bordéus (França). O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do programa BrainHealth 2020.

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