Este website utiliza cookies que facilitam a navegação, o registo e a recolha de dados estatísticos.
A informação armazenada nos cookies é utilizada exclusivamente pelo nosso website. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Bocas do Galinheiro Realizador português nos óscares

26-02-2024

Há bastante tempo que não fazíamos uma antevisão dos nomeados para os Óscar. Acontece que este anos estamos perante uma mão cheia de grandes filmes, o que nem sempre acontece, apesar de haver todos os anos quem ache que a lista deveria ser diferente. Como soi dizer-se, “gostos não se discutem” ou, “cada cabeça sua sentença”. Os dados estão lançados, decididamente estou virado para os provérbios e para as máximas, adiante.
Para começar destaco desde logo a presença do português Joaquim dos Santos, na equipa de realização de um dos candidatos a melhor filme de animação, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (Spider-Man: Across the Spider-Verse), juntamente com Kemp Powers e Justin K. Thompson. Joaquim dos Santos, nascido em Lisboa a 22 de Junho de 1977, está radicado nos Estados Unidos desde miúdo, para lá foi com os pais, estando ligado à animação há mais de duas décadas. Da sua filmografia constam filmes e séries como Liga da Justiça Sem Limites (2004), Avatar: O Último Airbender (2005), The Legend of Korra (2012), DC Showcase Original Shorts Collection (2010), Superman e Shazam: O Regresso de Black Adam (2010) ou Voltron: Legendary Defender (2016), estando em produção Spider-Man: Beyond the Spider-Verse (2024), da mesma equipa e realização. A concorrência para melhor Filme de Animação é grande, desde logo de O Rapaz e a Garça, de Hayao Miyakazi, mas também Elemental, Nimona ou Robot Dreams. Dia 10 de Março se saberá.
Mas este 10 de Junho vai ter que se lhe diga. Por cá temos eleições legislativas e aqui os(as) protagonistas são outros(as). Não se pode dizer que haja por ali bons intérpretes: as prestações têm sido vulgares, estariam mais fadados para secundários. Seguramente o casting para os principais papéis não foi de grande nível, daí os portugueses terem de se contentar, ou não, com as nomeações para este acto.
Mas voltando ao que nos trouxe aqui, ou como diria o outro, aqui chegados, vamos ao que interessa, ou seja, cinema. Podemos até começar com as nomeados para melhores actrizes e actores. Nestes últimos, Cilian Murphy, pela sua interpretação em Oppenheimer, aparece como imbatível, o mesmo se podendo dizer de Lily Gladstone, nas mulheres, em Assassinos da Lua das Flores, preparando-se assim para repetirem os resultados dos Globos de Ouro e do Sindicato dos Actores, os SAG Awards, apesar da concorrência de Paul Giamatti e Emma Stone, respecticamente em Os Excluídos e Pobres Criaturas, apesar de não se poder subestimar a veterana Annette Bening, em Nyad ou Sandra Hüller em Anatomia de uma Queda de que gostei muito, dela e do filme.
Nos secundários dois nomes teimam em repetir-se, Da’Vine Joy Randolph em Os Excluídos e Robert Downey Jr., em Oppenheimer, se bem que nesta categoria nomes como Jodie Foster em Nyad, Robert De Niro em Assassinos da Lua das Flores, Ryan Gosling ou America Ferrera em Barbie, não se podem excluir da corrida.
No que ao melhor filme diz respeito, Oppenheimer, de Christopher Nolan continua a arrebatar todos os galardões, escusado será dizer que sair de Los Angeles sem a estatueta dourado seria uma das maiores surpresas da cerimónia. De qualquer forma estaremos perante um ano excepcional, quer nos filmes nomeados, quer na realização. Justine Triet, por Anatomia de uma Queda, Jonathan Glazer, com A Zona de Interesse, Yorgos Lanthimos e, Martin Scorsese e o seu Assassinos da Lua das Flores e, claro, Christopher Nolan e o papa prémios Oppenheimer, podem sair com a estatueta, uma vez que quase todos já arrebataram prémios noutros certames. Por mim escolheria Pobres Criaturas, do grego Yorgos Lanthimos, um realizador que desde Canino, de 2009, na altura nomeado para melhor filme estrangeiro, não deixa de me surpreender com as suas criações distópicas. Com um fado interpretado por Carminho na banda sonora, uma das nomeadas na categoria, da autoria de Jerskin Fendrix, mesmo que vença, o galardão não abarca a fadista portuguesa, uma vez que há o Óscar de melhor canção com outros protagonistas, sendo que Billie Eilish com What Was I Made For? de Barbie, é a favorita.
Desta curta resenha, uma coisa é certa: apesar do favoritismo de alguns filmes e protagonistas, a lista é distinta, pelo que, tendo em conta exemplos recentes e a tradição da Academia de em nalguns anos querer marcar posição, remando contra a corrente, tudo pode acontecer. Quanto à votação caseira, sabemos que todos querem maioria absoluta. Vá-se lá saber para quê!
Até à próxima, e bons filmes!

Luís Dinis da Rosa

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

IMDB
Voltar