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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Propostas Filmes e canções em Tony Bennett e Jane Birkin

09-08-2023

Cinema e música, sempre estiveram ligados.  Na verdade, as obras concebidas antes de 1930 tinham uma grande variedade de acompanhamentos e variações acústicas, desde o narrador, ao pianista, até às orquestras nas salas de cinema dos grandes centros, cujo projeto e execução acústicos tornavam diferente cada exibição do mesmo filme.

Por outro lado, o musical, também chamado comédia musical, é um género em que muitos dos filmes tiveram origem em produções da Broadway, o verdadeiro alfobre do género no que ao teatro diz respeito, e nos quais a banda sonora tem enorme importância, como é evidente, principalmente durante os anos 30, 40 e 50 do século passado, décadas áureas do musical.

As canções dos grandes musicais da Broadway e que trouxeram para o cinema toda a exuberância que exibiram nos palcos, deram origem aos chamados standards, que preenchem o que se convencionou chamar de American Song Book, interpretados por músicos de diferentes estilos e influências, mas todos fiéis a estes temas popularizados depois de fazerem parte da banda sonora de um filme.

Ora, um dos mais virtuosos intérpretes destes êxitos do cinema musical foi sem sombra de dúvida Tony Bennett, que nos deixou no passado dia 21 de Julho em Nova Iorque, aos  Ao longo de uma carreira de mais de setenta anos, nunca se cansou e cantar estes temas imortais. Em 1993 lançou Steppin’ Out, só com standards, o que já não era novidade, ele que em 1966 havia gravado The Movie Song Album, com músicas de vários filmes e acompanhado por alguns nomes sonantes da cena jazzística.

Porém a ligação de Bennett ao cinema foi além das canções, tendo actuado em várias séries e filmes, quer como cantor, mas igualmente como actor, casos da série King, sobre Martin Luther King, onde é ele próprio. Sabendo-se que Tony Bennett foi um claro apoiante do Movimento dos Direitos Cívicos e participou na marcha entre Selma e Montgomery, a sua presença não é de estranhar. Mas também o vimos em The Muppets Most Wanted, de 2014, onde interpreta We're Doing a Sequel, com Lady Gaga, em Bruce, o Todo-Poderoso, de 2003, em que canta If I Ruled The World ou em Uma Questão de Nervos, de 1999, com Robert De Niro e Billy Crystal, com o tema I’ve Got the Word on a String, para lembrar apenas estes. Um grande músico, o meu cantor preferido, com uma forte ligação ao cinema. So long, Tony!

JANE BIRKIN, marcada por uma canção, Je t’aime..moi non plus, um escândalo em 1969,   “excomungada” pela Igreja Católica e proibida de passar na rádio em vários países, incluindo Portugal, algum tempo depois do lançamento, que se colou para sempre à cantora e a Serge Gainsbourg, compositor e companheiro da modelo, actriz e realizadora inglesa, que  faleceu a 16 de Julho, aos 76 anos.

Apesar desta sua incursão inesquecível no mundo da música, a carreira como modelo e como actriz, é muito mais rica. No cinema é lembrada pelas aparições no início da carreira em Blow Up (Michelangelo Antonioni, 1966) e A Piscina (Jacques Deray, 1969), ao lado de Romy Schneider e Alain Delon, em Jane B. par Agnès V. (Agnès Varda, 1988), um biopic imaginário, segundo a realizadora. Para além de alguns filmes com Gainsbourg, passou pelas adaptações de Agatha Christie Morte no Nilo (John Guilhermin, 1978) e Morte ao Sol (Guy Hamilton, 1982). Ainda se atreveu na realização, de que o último filme, Boxes (2007), lhe valeu a nomeação para a Golden Camera em Cannes.

Duas perdas, para o cinema e para a música.

Até à próxima e bons filmes!

Luís Dinis da Rosa

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

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