Este website utiliza cookies que facilitam a navegação, o registo e a recolha de dados estatísticos.
A informação armazenada nos cookies é utilizada exclusivamente pelo nosso website. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Asteroide Didymos e a sua lua Évora em projeto da NASA e ESA

19-01-2022

A Universidade de Évora (UÉ) está a participar no projeto NEO-MAPP/ESA, missão HERA, que resulta de uma colaboração entre a ESA (Agência Espacial Europeia) e a NASA (Agência Espacial Norte Americana). Rui Melício, professor do Departamento de Engenharia Mecatrónica e Investigador do Instituto Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora e do IDMEC, Instituto Superior Técnico, faz parte da equipa científica internacional do projeto, a qual pretende reforçar o conhecimento sobre o asteroide Didymos e a sua lua (Didymoon), bem como alterar a sua rota.

Ao Ensino Magazine a UÉ explica que “o projeto representa um contributo importante para o conhecimento sobre os asteroides, para a Engenharia Aeroespacial em Portugal e para a aposta da Universidade de Évora no Aeroespacial”.

No âmbito deste projeto foi lançada, no passado dia 1 de dezembro, a partir de uma base na Califórnia, “a missão DART, ou Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, com o objetivo de tentar mudar a trajetória do asteroide binário Didymos, que se encontra a 11 milhões de quilómetros da Terra, o equivalente a 2.5 vezes a distância da Terra ao sol, ir e voltar”.

Citada na mesma nota, Andrea Riley, executiva da missão DART na NASA sublinha que “a DART é uma primeira etapa nos métodos de teste para a deflexão de asteroides perigosos”. Para uma ideia mais clara, o “foguetão” agora lançado é cerca de 100 vezes menor do que Dymorphos, um asteroide descoberto em 2003 escolhido para esta missão “porque o seu tamanho é comparável aos asteroides que poderiam representar uma ameaça para a Terra, mas o sistema de asteroide duplo em si não é uma ameaça para a Terra” destaca a NASA.

A missão DART pretende desta forma gerar um impacto a 25 mil km/h contra o asteroide binário Didymos (o asteroide Didymoon de 170 metros de diâmetro que orbita em torno do Didymos de 780 metros). Além da cratera, prevê-se a alteração imediata de 1mm por segundo na velocidade do asteroide que, com a força da gravidade, acabará por influenciar a trajetória do elemento maior do par. Passados 10 anos, essa alteração na rota pode representar um desvio de centenas de quilómetros, destacam os investigadores.

Recorde-se que a 20 mil quilómetros por hora, um meteorito de 100 metros gera uma cratera de 1 km de diâmetro e um rasto de destruição num diâmetro de 10 kms, enquanto um meteorito de 1 km arrasa uma área de 100 km, desencadeia sismos e tsunamis em vários pontos do globo e dispersa poeiras capazes de alterar o clima e destruir parte da vida na Terra.

Os investigadores indicam ser hoje possível detectar, até 10 anos atempadamente, uma colisão com meteoritos de grande dimensão, pelo que existe uma margem de 4 a 5 anos para desenvolver missões específicas.

ESA
Voltar