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Universidade Universidade de Évora reforça investigação para prevenir e extinguir incêndios

02-04-2021

Ao abordar aspetos relacionados com a adaptação às alterações climáticas através da prevenção e gestão da paisagem suscetível a grandes incêndios pretende-se ainda adaptar os recursos para gerar empregos rurais no pós-Covid-19.

O projeto FIREPOCTEP, de colaboração transfronteiriça entre Portugal e Espanha para fortalecer os sistemas comuns de prevenção e extinção de incêndios rurais e para melhorar os recursos para a criação de emprego em espaço rural pós COVID-19 foi recentemente aprovado e financiado pelo programa INTERREG, com um orçamento que ascende a 126.900€ sendo a contribuição do FEDER de 95.175€. Pretende dar respostas a diferentes questões, como: Que impactes podem resultar das alterações climáticas na Península Ibérica nas próximas décadas? Quais as áreas mais propensas à ocorrência de grandes incêndios rurais? Ou De que forma estes eventos extremos afetam as comunidades locais?.

A equipa de investigação da Universidade de Évora, coordenada por Rui Salgado, investigador do Instituto Ciências da Terra da Universidade de Évora, recorre a projeções climáticas obtidas através do Couple Model Inter-Comparison Project – CMIP5, da análise de dados do European Forest Fire Information System (EFFIS), e dos índices de perigosidade de incêndio rural calculados pelo Global ECMWF Fire Forecasting model (GEFF).

Em nota enviada à nossa redação, a Universidade de Évora adianta que “durante o projeto os investigadores pretendem ainda formalizar conhecimento sobre a diversidade microbiana dos solos afetados pelos fogos ocorridos durante o período de maior severidade meteorológica e pelas queimas prescritas, de modo a constituir-se como bioindicador do efeito do fogo no solo. O fogo prescrito é uma das soluções mais eficazes a curto prazo para a redução do combustível existente na paisagem”.

Na mesma nota, os investigadores consideram que “existem muitas dificuldades dos operacionais na implementação desta técnica e falta de confiança na sua aplicação”. Por isso, revelam ser necessário “estudar o impacto do fogo prescrito nos sistemas ecológicos e, particularmente, o impacto sobre a componente microbiológica do solo (diversidade microbiana), assim como comparar estes resultados com os obtidos em incêndios ocorridos em pleno verão”.

A Universidade de Évora adianta que "através da seleção de áreas recentemente queimadas e do uso de inovadoras ferramentas moleculares que permitem a caracterização dos perfis filogenéticos de bactérias e fungos nas zonas selecionadas, e através do sequenciamento massivo (Next Generation Sequencing “NGS”), serão determinadas ainda as correlações entre a diversidade microbiana e parâmetros físicos e químicos dos solos estudados. As sequências do NGS serão depositadas nas bases de dados internacionais do National Center for Biotechnology Information".

A par da investigação científica a produzir, o projeto aposta ainda na formação e sensibilização da população rural através de cursos de formação e de cooperação entre todos os agentes envolvidos no sistema de prevenção e supressão de fogos rurais no sentido de ampliar a capacitação da população e potenciar as sinergias criadas, assim como na formalização de um espaço de encontro entre Universidades, investigadores e outros especialistas possam colaborar e impulsionar projetos comuns.

O FIREPOCTEP pretende ainda capacitar e dotar de materiais os agentes operativos para facilitar a intervenção em ambos os lados da fronteira e desenvolver um sistema de acreditação para a formação dos dispositivos que normalize procedimentos de segurança pós COVID-19.


A equipa de investigação Universidade de Évora integra professores e investigadores do Instituto de Ciências da Terra (ICT), Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), Laboratório HERCULES e Centro de Investigação em Matemática e Aplicações (CIMA).
A aprovação deste projeto vem dar força à aposta que a Universidade de Évora está a fazer nesta importante área de investigação, somando-se a outros projetos em curso, 3 deles financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, ao Centro Ibérico de Investigação e Combate aos Incêndios Florestais (CILIFO) que tem um pólo na Universidade de Évora financiado pelo Interreg POCTEP e à contratação de recursos humanos altamente qualificados.

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